Veja o que se sabe sobre os autores do ataque terrorista contra comunidade judaica na Austrália

Os autores do ataque terrorista que matou 15 pessoas durante uma celebração judaica na praia de Bondi, em Sydney, foram identificados como Sajid Akram, de 50 anos, morto pela polícia no local, e seu filho, Naveed Akram, de 24, que permanece internado em estado crítico. Pai e filho abriram fogo contra participantes de um evento de Chanucá que reunia cerca de mil pessoas na famosa praia australiana, no domingo, deixando mais de 40 feridos. 15 mortes e resposta do Irã: as últimas informações sobre o ataque terrorista na Austrália Veja: Testemunhas descrevem caos após ataque terrorista em praia da Austrália Sajid, o pai, chegou à Austrália em 1998 com um visto de estudante, que foi convertido em 2001, quando passou a viver legalmente de forma permanente no país. Ele foi morto pela polícia no local do ataque de domingo. Já nesta segunda-feira, as autoridades informaram que devem apresentar acusações criminais contra Naveed, o filho, que é cidadão australiano. Também nesta segunda, o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, afirmou que Naveed já havia chamado a atenção das autoridades policiais em outubro de 2019, “por estar associado a outras pessoas”. No entanto, segundo Albanese, “a avaliação feita na época foi de que não havia indícios de qualquer ameaça contínua ou de envolvimento em atos de violência”. Initial plugin text A polícia, por sua vez, afirmou que pai e filho não tinham histórico criminal antes do ataque de domingo. — Havia pouquíssima informação sobre qualquer um desses homens nos registros das autoridades — afirmou o comissário de polícia de Nova Gales do Sul, Mal Lanyon, em entrevista coletiva realizada na manhã desta segunda-feira em Sydney. Ataque terrorista na Austrália A emissora estatal australiana ABC informou que Naveed já havia sido investigado por suas ligações próximas com uma célula do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) com base em Sydney. A polícia antiterrorismo, ainda de acordo com a ABC, acredita que os atiradores haviam jurado lealdade ao EI. Na noite de domingo, Lanyon classificou o ataque como um ato terrorista. Já nesta segunda, ele evitou comentar se a polícia tem indícios sobre as motivações dos atiradores, suas inclinações ideológicas ou possíveis vínculos, afirmando que os investigadores precisam de mais tempo para apurar os fatos. Licença para caça recreativa Segundo Lanyon, Sajid possuía uma licença para armas de fogo há cerca de 10 anos, e seis armas estavam registradas em seu nome. O comissário ainda explicou que o homem tinha uma licença para caça recreativa, que lhe permitia integrar um clube de tiro e possuir armas longas, como a que ele usou no ataque. Leia também: Polícia encontra ao menos um 'artefato explosivo' em carro ligado ao atirador da praia de Sydney No local, a polícia localizou um carro na Campbell Parade, onde também encontrou dois artefatos explosivos improvisados, descritos como “rudimentares”, mas “ativos”. Mas um dos principais focos da investigação fica a 30 minutos da praia de Bondi. De acordo com a rede britânica BBC, a polícia acredita que os atiradores prepararam o ataque em um imóvel alugado. Buscas também foram realizadas na casa da família dos atiradores, situada a cerca de uma hora de carro do local do ataque. Profissionais de saúde transportam um homem em uma maca para uma ambulância após o ataque a tiros DAVID GRAY / AFP Atirador desarmado Uma gravação feita durante o ataque mostra o momento em que um dos atiradores é desarmado. No vídeo, um homem avança sobre o homem por trás e retira a arma de suas mãos. Atirador é desarmado por homem em ataque que deixou 11 mortos na Austrália Na Austrália, um país com uma das menores taxas de mortalidade por armas de fogo no mundo desenvolvido, os tiroteios são raros. A praia de Bondi, no leste de Sydney, é uma das mais populares do país e atrai inúmeros banhistas e turistas, especialmente nos fins de semana. Danny Ridley, um fotógrafo que estava documentando a celebração judaica, contou que estava a cerca de 30 metros dos atiradores, escondido atrás de um parquímetro. Um dos atiradores disparou contra ele, causando-lhe um pequeno corte na costela esquerda. Ele disse que um policial que estava sozinho por perto revidou os disparos, e o tiroteio durou cerca de 10 minutos. — Foi uma carnificina — definiu o fotógrafo. (Com The New York Times)