O pai de uma menina de quatro anos da cidade de Corby, no Reino Unido, se arrependeu de não ter vacinado a filha contra a gripe após a criança ter desenvolvido uma complicação neurológica rara decorrente da infecção. Sienna Dunion precisou ficar três semanas em coma e ainda é incerto se ela conseguirá voltar a andar, falar ou comer devido às sequelas. A pequena foi diagnosticada com uma condição cerebral grave chamada encefalite necrosante aguda (ENA) causada pelo vírus Influenza. Além disso, como consequência, desenvolveu lesões no intestino e precisou passar por uma cirurgia de emergência, na qual os cirurgiões removeram 60% do órgão para salvar sua vida, junto a uma outra operação para retirar o acúmulo de ar em seu abdômen. Seu pai, Gary Dunion, contou ao portal britânico The Sun que ele e a esposa, Angelina, lidam com a culpa de não terem vacinado Sienna. Agora, eles fazem um alerta para que os pais levem seus filhos para se protegerem contra a gripe. Segundo Gary, a decisão de não ter imunizado a filha se deu por desconfiança da dose após o casal ter ouvido “algumas histórias bastante horríveis”. Isso embora as autoridades de saúde, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), reforcem a importância e a segurança da vacina. — Nós não demos a vacina da gripe a ela e a principal mensagem que deixo aos pais é vacinar seus filhos contra a gripe. Houve muita apreensão em torno da vacinação contra a Covid-19, e as pessoas ficaram bastante receosas com o que estão colocando em seus filhos, e acho que isso certamente nos afetou. A culpa que sentimos é do tipo ‘meu Deus, será que deveríamos simplesmente tê-la vacinado’. Muitos pais por aí simplesmente não estão fazendo isso porque não têm certeza do que fazer ou se realmente vão precisar (da vacina) — disse o britânico. Sienna ficou gripada em novembro, quando começou a apresentar queixas comuns de frio e uma febre leve. Alguns dias depois, porém, seu pai a encontrou desacordada e não responsiva, e a levou direto ao hospital. A criança não conseguia se comunicar, e seus olhos estavam revirados. Após exames cerebrais que identificaram anomalias, os médicos a colocaram em um coma induzido e a transferiram para o Queens Medical Centre, que confirmou o diagnóstico de ENA. — É um choque completo. Eu nunca tinha ouvido falar disso na minha vida. Eles disseram que é uma condição cerebral muito, muito rara, mas agressiva, desencadeada pela gripe ou pela Covid-19. Ela cria uma resposta no sistema imunológico em que ele não reconhece o perigo, e o vírus continua causando danos ao cérebro, a infecção não se resolve nem o corpo tenta combatê-la — contou ao The Sun. Os médicos disseram que ainda não há certeza se Sienna conseguirá voltar a andar e a se comunicar ou não, já que as sequelas neurológicas do quadro podem ser permanentes. Os pais criaram uma página no GoFundMe para arrecadar fundos e ajudar a custear o tratamento e levá-la a um centro de neurorreabilitação. — Tem sido horrível e eu não consigo compreender como uma menina de quatro anos, muito engraçada, carinhosa e saudável, chega a isso e potencialmente pode nunca se recuperar. Ela tem a risada mais contagiante que talvez nunca mais ouviremos — disse o pai. Na última atualização publicada pelo casal na página, eles contam que a criança foi extubada no dia 11, mas ainda não consegue se comunicar. “A equipe de fisioterapia entrou em ação e iniciou as etapas bem iniciais de sua reabilitação”, escreveram.