O único dos quatro indicadores monitorados pelo Mapa do Crime que se manteve com viés de queda em Niterói foi o roubo em coletivo. Os demais — roubos a transeunte, de celular e de veículo — tiveram altas expressivas no primeiro semestre deste ano, na comparação com os mesmos meses de 2024. Os roubos em ônibus atingiram um pico em 2021, quando 114 ocorrências foram registradas, e, desde então, caíram anualmente. No primeiro semestre de 2025, aconteceram apenas 13 casos em toda a cidade, o número mais baixo de toda a série histórica. Vida breve nas mãos do crime: por um ano, O GLOBO acompanhou dez adolescentes do tráfico; seis já morreram Marketing do crime: quadrilhas usam redes sociais para se promover e recrutar jovens Nenhum bairro contabilizou mais do que duas ocorrências, e 41 dos 51 bairros mapeados não registraram casos. O local que apresentou a queda mais acentuada foi o Fonseca, que liderou o ranking de roubos em ônibus em 2021, com 33 ocorrências, e não registrou nenhum caso no primeiro semestre deste ano. Policiais e especialistas ouvidos pelo GLOBO relacionam a redução a um trabalho conjunto de mapeamento dos criminosos e das linhas mais afetadas, realizado pela prefeitura e pelas polícias. Expansão da facção fluminense: Como conexões nas prisões federais ajudaram a tornar o CV nacional e reforçaram migração de criminosos para o Rio O que é o Mapa do Crime? Quais são os bairros mais perigosos do Rio e de Niterói? Onde os roubos avançaram? Qual é o horário menos seguro para caminhar pela vizinhança? Para ajudar a responder a essas perguntas e a entender a dinâmica da violência na cidade, o GLOBO desenvolveu o Mapa do Crime, uma ferramenta interativa de monitoramento de roubos com dados inéditos de delitos por bairros. Depois do lançamento da primeira edição no meio deste ano, com dados de 2024 referentes à cidade do Rio, agora publicamos a segunda edição da plataforma, a partir de dados referentes ao primeiro semestre de 2025, com informações sobre quatro crimes diferentes — roubos de celular, a transeunte, de veículo e em coletivo — em 147 bairros da capital fluminense, além de 51 bairros de Niterói. A ferramenta foi produzida a partir de microdados obtidos via Lei de Acesso à Informação junto ao Instituto de Segurança Pública (ISP). O órgão, responsável por compilar as estatísticas da segurança no estado, divulga mensalmente indicadores divididos por áreas de batalhões e delegacias — que abrangem, na maioria dos casos, vários bairros. Buscando entender dinâmicas criminais hiperlocais, o GLOBO solicitou dados mais precisos de localização dos crimes e recebeu informações sobre os bairros onde cada ocorrência foi registrada, menor unidade territorial disponibilizada pelo ISP. É a primeira vez que indicadores criminais no Rio são divulgados com esse nível de detalhamento.