Agentes do serviço de inteligência da Venezuela prenderam nesta segunda-feira o coordenador de gestão pública do Vamos Venezuela, partido liderado pela líder da oposição e ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, María Corina Machado, informou a organização nas redes sociais. Na Venezuela, há pelo menos 889 "presos políticos", segundo a ONG "Foro Penal", que lidera a defesa jurídica na maioria desses casos. Defensores dos direitos humanos alertam para padrões sistemáticos de perseguição política que incluem "detenções arbitrárias" e "desaparecimentos forçados". Regime Maduro: 'Repressão seletiva' mira familiares de opositores e militares dissidentes na Venezuela Travessia de alto risco: María Corina Machado fratura vértebra ao fugir da Venezuela em barco de pesca, dizem aliados A comissão de direitos humanos do Vamos Venezuela denunciou o "sequestro" de Melquiades Pulido García pelo Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin). "O líder foi preso por uma unidade do Sebin enquanto caminhava. Disseram-lhe que era procurado e levaram-no à força" na manhã de segunda-feira, disse na rede X. Curaçao e mar revolto: Saiba como Maria Corina, Prêmio Nobel da Paz, saiu da Venezuela para ir a Oslo Pulido García sofre de doença de Parkinson e "tem um problema de coagulação que exige cuidados médicos extremos" para evitar problemas cardíacos, informou o partido, que exigiu sua libertação imediata e a de todos os presos políticos. Uma equipe de especialistas da ONU alertou em setembro para um ressurgimento da perseguição política nos últimos meses na Venezuela. O Sebin prendeu José Elías Torres, coordenador-geral do principal sindicato do país, em 29 de novembro, e Nicmer Evans, diretor do portal de notícias digital Punto de Corte, no último sábado. Um grupo de familiares que representam cerca de 900 "presos políticos" exigiu, no domingo, a libertação de seus entes queridos até o Natal. Initial plugin text Aumento da repressão Nas últimas semanas, o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, intensificou a repressão em seu país após os inúmeros ataques dos Estados Unidos contra embarcações supostamente ligadas ao narcotráfico na região do Caribe e do Pacífico. Além do incentivo das autoridades ao uso de aplicativos para a denúncia de pessoas por "atividades suspeitas", as prisões por suspeita de dissidência aumentaram, e grupos paramilitares aliados ao regime, conhecidos como colectivos, foram enviados a bairros pobres para vigiar moradores e conter qualquer oposição. A presença dos navios de guerra e tropas americanas na região e as ameaças do presidente Donald Trump de uma ação militar por terra reforçaram o temor de Maduro de uma ofensiva para removê-lo do poder — embora ainda haja divisões dentro do governo americano sobre como lidar com o regime de Caracas. Em resposta, ele ampliou práticas de controle interno que têm sustentado seu governo desde a morte de seu antecessor e mentor, Hugo Chávez (1999-2013). O regime de Maduro também expandiu mecanismos de denúncia por meio de um aplicativo que incentiva cidadãos a reportarem vizinhos que considerem suspeitos, como revelou a rede americana CNN. Analistas afirmam que recompensas em dinheiro estimulam as delações em busca de benefícios ou demonstrações de lealdade ao governo. Com agências internacionais.