A partir de 2026, pesquisadores de 452 instituições brasileiras terão acesso gratuito para leitura e publicação em revistas das editoras Elsevier e Springer Nature. O mesmo benefício já está disponível para periódicos da ACM (Association for Computing Machinery), começando neste mês. O acordo elimina a necessidade de pagamento de taxas para submeter artigos em formato híbrido ou de acesso aberto nessas publicações. + Leia mais notícias de Política em Oeste Esses benefícios decorrem de acordos transformativos firmados pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), órgão ligado ao MEC (Ministério da Educação), com as três editoras científicas. A assinatura ocorreu em 4 de dezembro, durante a comemoração de 25 anos do Portal de Periódicos da Capes. Os contratos com Elsevier e Springer Nature passam a valer em 1º de janeiro de 2026, enquanto o da ACM já entrou em vigor. https://www.youtube.com/watch?v=NHlShFg82ww Gasto bilionário para cobrir taxas No total, os contratos somam US$ 215 milhões, o equivalente a R$ 1 bilhão, para um período de três anos. Atualmente, pesquisadores brasileiros que desejam publicar em periódicos de acesso aberto dessas editoras precisam arcar com taxas de até US$ 13 mil, aproximadamente R$ 70 mil, dependendo do título, como nas revistas do grupo Nature. Segundo as editoras, elas cobrem os gastos com editoração e formatação dos artigos, enquanto acadêmicos convidados realizam gratuitamente a revisão científica. O gasto da Capes será de US$ 153 milhões com a Elsevier, US$ 59,8 milhões com a Springer Nature e US$ 2,4 milhões com a ACM, tomando como base as cotações informadas para outubro e agosto deste ano, segundo levantamento do jornal Folha de S.Paulo . Detalhes dos acordos O acordo com a Springer Nature inclui revistas de modelo híbrido, que cobram assinatura ou estão em transição para acesso aberto. Segundo a editora, mais de 6 mil artigos por ano poderão ser publicados e acessados sem custo. Já a Elsevier prevê que cerca de 8 mil artigos de acesso aberto estarão disponíveis para pesquisadores do Brasil, com gratuidade para publicação em cerca de 160 revistas. Leia também: "Não consigo ser otimista" , artigo de Rodrigo Constantino publicado na Edição 299 da Revista Oeste Pelo acordo com a ACM, todas as revistas editadas por ela estarão acessíveis e abertas para publicação gratuita. A Springer Nature afirmou à Folha que busca "oferecer acesso igualitário ao conteúdo e à publicação", destacando que o acordo com a Capes permite "apoiar melhor os pesquisadores brasileiros afiliados [às instituições participantes] na realização desses benefícios". A Elsevier, por sua vez, disse "ter prazer de apoiar a publicação de pesquisa de acesso aberto no Brasil" e informou que "mais de 1.800 revistas estão incluídas no acordo, cujo contrato é por um período de três anos, de 2026 a 2028". O que diz a Capes As instituições beneficiadas integram o Portal de Periódicos da Capes, responsável por pagar pelo acesso anual a revistas científicas. A expectativa é que os acordos incentivem a publicação nessas editoras, reduzindo custos duplos anteriormente pagos para leitura e publicação. Em nota, a Capes afirmou que "os acordos transformativos vêm ampliando o número de publicações em algumas editoras e, assim, há ampliação da participação da comunidade científica brasileira na literatura científica internacional". O post Governo gasta R$ 1 bilhão para isentar taxas de publicações científicas apareceu primeiro em Revista Oeste .