A Associação de Futebol Argentino (AFA) acusou o governo de Javier Milei, nesta segunda-feira, de usá-la como alvo de suas ambições políticas, depois que uma senadora do partido governista apresentou uma denúncia à Conmebol contra os dirigentes da organização por práticas corruptas. A senadora Patricia Bullrich acusou o presidente da AFA, Claudio "Chiqui" Tapia, e o tesoureiro, Pablo Toviggino, perante o tribunal de ética da Confederação Sul-Americana de Futebol, nesta segunda-feira, de supostas violações de suas políticas anticorrupção e antissuborno. Confira: Conmebol atualiza ranking de clubes, e Palmeiras e Flamengo assumem o topo Crise pessoal afasta Ilia Topuria do UFC: campeão denuncia tentativas de extorsão e acusações falsas durante processo de separação A denúncia, parcialmente apoiada pelo ex-ministro da Segurança de Milei, alega violações dos princípios de integridade, dever fiduciário, conflito de interesses, transparência na contratação, uso adequado de recursos e prevenção à lavagem de dinheiro. Em resposta ao pedido de Bullrich, a AFA publicou um comunicado defendendo a gestão de Tapia e Toviggino, observando que eles assumiram "uma instituição devastada" em 2017 e que sua administração "restaurou a posição que ela outrora ocupava no futebol mundial". "Tudo o que foi conquistado foi administrado ao longo e apesar de três administrações diferentes. Cada uma, à sua maneira, escolheu a AFA como alvo de suas ambições políticas", afirmou o comunicado. A organização alegou ter sofrido "constantes ameaças de intervenção" do governo de Mauricio Macri (2015-2019) e que a administração de Alberto Fernández (2019-2023) buscou "ungir seu próprio candidato" contra a vontade dos clubes. Afirmou ainda que a administração de Milei realizou "um ataque coordenado" para obstruir as operações da organização. A atual presidência tentou "impor Sociedades Anônimas Esportivas, contrariando a liberdade que os clubes, por meio de seus diretores, têm de optar pelo modelo de Associações Civis sem fins lucrativos". A denúncia de Bullrich surge uma semana após autoridades argentinas terem realizado buscas na sede da associação campeã mundial e em diversos clubes, como parte de uma investigação de lavagem de dinheiro. Em uma operação paralela, embora relacionada a uma investigação separada sobre a suposta prática do mesmo crime, uma casa na zona norte de Buenos Aires foi alvo de buscas atrás de informações sobre um suposto "testa de ferro" do presidente da Federação Argentina de Futebol. A Receita Federal (ARCA) também apresentou uma denúncia contra a AFA na semana passada por suposto desvio de impostos e verbas da previdência social. Tapia nega qualquer irregularidade durante seu mandato.