Antes de entrar em recesso de fim de ano, os deputados estaduais fluminenses precisarão votar quase 500 projetos esta semana. A lista foi decidida e publicada pelo presidente em exercício da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) Guilherme Delaroli (PL), que assumiu o comando da Casa após o afastamento de Rodrigo Bacellar (União). Cerca da metade das propostas são homenagens a políticos e personagens culturais do Brasil e do mundo. No entanto, há textos importantes e de peso para o governo do Rio, como as contas de Cláudio Castro (PL) de 2022 e 2023, a adesão ao Propag e o veto do governador à gratificação faroeste, que premiaria policiais por mortes em confronto. TJ aceita denúncia e torna réus a deputada Lucinha e ex-assessora Entenda os recados de Delaroli na entrevista ao GLOBO: com ausência de Bacellar, deputado tenta se firmar como liderança e redesenhar forças na Alerj O 1º vice-presidente da Alerj, Guilherme Delaroli (PL) assumiu o comando do parlamento fluminense há uma semana, após a prisão e afastamento de Bacellar — que se licenciou do cargo após ser solto. Desde então, de outro núcleo político, o interino vem buscando dar o próprio tom na gestão do Palácio Tiradentes. Na primeira semana ele instituiu um grupo de transição e afirmou que vai promover mudanças no parlamento. E a decisão de desengavetar projetos importantes para o governo também demonstra o aumento da força do governador na Assembleia, com um aliado mais próximo no comando. Para essa terça-feira, penúltimo dia de trabalhos em plenário, estão previstas as votações de 26 projetos, entre eles uma proposta do Tribunal de Justiça para alterar as regras de promoção e progressão de servidores e a autorização para o Rio aderir ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) — que permite a renegociação de dívidas com a União. Este último é visto como um dos mais estratégicos pelo governador Cláudio Castro, já que pode representar um alívio de bilhões nos cofres públicos em 2026. Os deputados só poderão entrar de férias ao votarem a Lei Orçamentária Anual (LOA), que determina como o executivo deve gastar o que arrecada. A tendência é que o Rio adira ao Propag, e assim, reduza a previsão de déficit de 2026, atualmente em R$ 18,9 bilhões. Isso provocará ainda mais alterações de última hora no texto da LOA, já que os parlamentares terão mais dinheiro para realocar recursos. Mas, antes disso, estão na lista mais de 450 projetos a serem analisados pelos deputados do Rio, quase a metade de homenagens. Essas propostas devem ficar para quinta-feira, último dia de plenário. Entre elas está dar a medalha Tiradentes, maior honraria da Alerj, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL), foragido da Justiça brasileira. A proposta é do deputado Alan Lopes (PL). Seu correlegionário Alexandre Knoploch quer também estender homenagens ao senador Flávio Bolsonaro (PL), ao governador Cláudio Castro e ao presidente da Alerj afastado Rodrigo Bacellar. Por iniciativa de Renata Souza (PSOL), a ministra da Igualdade Racial Anielle Franco também pode receber o prêmio que leva o nome de Marielle Franco, sua irmã assassinada em 2018. Duas estrelas internacionais também podem ganhar a Medalha Tiradentes, a maior honraria da Alerj: a cantora Lady Gaga, por iniciativa de Dionísio Lins (PP), e a atriz Viola Davis, a pedido de Renata Souza. As homenagens a políticos, autoridades e personagens culturais em pauta: A Medalha Tiradentes ao deputado federal foragido Alexandre Ramagem (PL), de autoria de Alan Lopes (PL); O diploma Ulysses Guimarães a Rodrigo Bacellar (União), de autoria de Alexandre Knoploch (PL); O título de cidadão do estado ao deputado federal Nikolas Ferreira (PL), de autoria de Thiago Gagliasso (PL). A Medalha Tiradentes ao ministro do STF Cristiano Zanin, de autoria de Chico Machado (Solidariedade); O prêmio Marielle Franco a Anielle Franco, de autoria de Renata Souza (PSOL) A medalha Tiradentes ao governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), de autoria de André Corrêa (PP); A medalha Tiradentes ao deputado federal Arthur Lira (PP), de autoria de Dionísio Lins (PP), do ex-deputado André Ceciliano (PT) e Rosenverg Reis (MDB); O diploma Ulysses Guimarães ao senador Flávio Bolsonaro (PL), de autoria de Alexandre Knoploch (PL); A medalha Tiradentes à cantora Lady Gaga, de autoria de Dionísio Lins (PP); A medalha Tiradentes à atriz Viola Davis, de autoria de Renata Souza (PSOL); A medalha Tiradentes à cantora Anita, de autoria de Professor Josemar (PSOL); O título de Benemérito do estado do Rio ao ex-presidente do STF Luis Roberto Barroso.