Tiroteio na praia de Bondi, na Austrália. Autoridades das Filipinas e da Índia estão contribuindo com a investigação aberta pela Austrália para apurar as circunstâncias do atentado na praia de Bondi, em Sydney, que deixou 15 mortos e dezenas de feridos. ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp A polícia australiana afirmou nesta terça-feira (16) que os atiradores, que eram pai e filho, teriam viajado para as Filipinas um mês antes do atentado e teriam passado o mês de novembro quase inteiro lá. Segundo a agência de notícias AFP, o pai entrou no país com um passaporte indiano e o filho, com um australiano. “Os motivos pelos quais eles foram às Filipinas, o objetivo dessa viagem e os locais por onde passaram estão sendo investigados neste momento”, disse o comissário da Polícia de Nova Gales do Sul, Mal Lanyon. A ministra das Relações Exteriores das Filipinas, Maria Theresa Lazaro, ligou para a chanceler australiana, Penny Wong, para prestar a solidariedade pelo ataque. Segundo comunicado enviado à imprensa por Lazaro, ambas concordaram em "se manter constantemente informadas" sobre qualquer evolução que obtiverem nas investigações sobre os autores do atentado. A polícia da Austrália afirmou em coletiva que os autores do atentado tinham ideologia extremista e se inspiraram no Estado Islâmico (EI) —um grupo extremista jihadista, originado no Iraque e na Síria, que reivindica responsabilidade por ataques terroristas em diversos pontos do mundo. O carro dos suspeitos continha duas bandeiras do EI feitas à mão. O governo australiano acredita, no entanto, que os atiradores de Sydney agiram por conta própria. A polícia da Índia afirmou nesta terça-feira que o atirador mais velho tem nacionalidade indiana e é de Hyderabad. Segundo as autoridades, o atirador tem família no país, porém seus familiares não tinham conhecimento de sua radicalização, e os fatores que o levaram a isso não têm qualquer relação com a Índia. Ainda segundo a polícia indiana, o homem visitou a Índia seis vezes desde que imigrou para a Austrália, em 1998, e tem pouco contato com a família que permanece na Índia. A polícia também disse que irá cooperar com agências federais e outras autoridades na investigação. O ataque 'Herói genuíno' desarmou assassino de praia em Sydney, diz autoridade australiana Dois homens, que eram pai e filho, estacionaram seu carro no domingo perto da praia de Bondi e abriram fogo contra pessoas presentes em uma celebração do primeiro dia do Hannukah. O local é um dos mais turísticos da metrópole australiana. O pai, um homem de 50 anos, tinha licença para armas e morreu em confronto com as autoridades. Já o filho, de 24, foi detido com ferimentos graves, mas sua situação é estável. A idade das vítimas vai de 10 a 87 anos. A mais jovem, uma menina, morreu no hospital. Entre os mortos, está o rabino Eli Schlanger, de 41 anos, nascido em Londres, noticiaram os jornais britânicos The Guardian e BBC News. Um israelense também morreu durante o ataque. Durante uma coletiva de imprensa, o comissário da polícia de Nova Gales do Sul, Mal Lanyon, classificou o evento como um "incidente terrorista". O Jerusalem Post informou que um de seus colaboradores, Arsen Ostrovsky, chefe do escritório de Sydney do Australia/Israel & Jewish Affairs Council, também ficou ferido. O Itamaraty disse que, até o momento, não há informação sobre vítimas brasileiras. Mal Lanyon disse que a polícia concluiu que não houve participação de um terceiro suspeito. 40 pessoas foram atendidas em diversos hospitais de Sydney, incluindo dois policiais. Ainda durante a coletiva, o primeiro-ministro de Nova Gales do Sul, Chris Minns, disse que "o ataque foi planejado para atingir a comunidade judaica de Sydney, no primeiro dia do Hanukkah". Imagens mostram um dos atiradores sendo desarmado por um homem após os ataques (veja vídeo abaixo). "É a cena mais inacreditável que já vi: um homem se aproximando de um atirador que havia disparado contra a comunidade e, sozinho, o desarmando, colocando sua própria vida em risco para salvar a vida de inúmeras outras pessoas", disse Minns. O homem que desarmou o atirador foi atingido por dois disparos, um no braço e outro na mão, mas se recupera bem no hospital, segundo um parente, disse o jornal "Guardian". Ele tem 43 anos e é vendedor de frutas. No Reino Unido, a polícia vai reforçar o policiamento em comunidades judaicas após o ataque na Austrália. O Hanukkah, o festival judaico das luzes, começa na noite de domingo, com celebrações previstas em todo o Reino Unido nos próximos dias. 'Ataque cruel': veja repercussão do atentado a evento judaico na Austrália 'Parecia um filme de terror', disse brasileiro que estava no local Mike Burgess, diretor-geral da inteligência australiana (ASIO) disse que a agência está analisando a identidade dos atiradores e se existe “alguém na comunidade que tenha intenção semelhante”. “É importante ressaltar que, neste momento, não temos qualquer indicação disso, mas trata-se de algo que está sendo investigado ativamente”, afirmou. Segundo ele, o nível de ameaça terrorista na Austrália permanece como "provável". “Não vejo isso mudando neste estágio. Provável significa que há 50% de chance de um ato terrorista. Infelizmente, vimos esse ato horrível ocorrer hoje à noite na Austrália.” A polícia australiana acrescentou que um "objeto que se acredita ser um artefato explosivo" foi retirado de um carro próximo à praia. “Uma série de itens suspeitos localizados nas proximidades está sendo examinada por agentes especializados, e uma área de exclusão foi estabelecida”, informou a polícia de Nova Gales do Sul em comunicado divulgado às 21h (no horário da Austrália). Local do ataque a tiros em Sydney, na Austrália. Arte/g1 Mais cedo, em um comunicado, o primeiro-ministro Anthony Albanese afirmou que as imagens vindas de Bondi eram “angustiantes e chocantes”, e que policiais atuavam no local para "tentar salvar vidas". A ministra das Relações Exteriores da Austrália, Penny Wong, classificou o tiroteio em Bondi como “repugnante” e manifestou condolências às famílias das vítimas do ataque. “O terrorismo, o antissemitismo, a violência e o ódio não têm lugar na Austrália”, afirmou. “Minhas mais profundas condolências às pessoas que perderam entes queridos nesta noite. Desejamos a recuperação completa de todos os feridos e expressamos nossa solidariedade à comunidade judaica australiana", afirmou. Os Estados Unidos condenaram "veementemente” o ataque. “O antissemitismo não tem lugar neste mundo. Nossas orações estão com as vítimas desse ataque horrível, com a comunidade judaica e com o povo da Austrália”, escreveu o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em uma publicação na plataforma X. António Guterres, secretário-geral da ONU, classificou o episódio como um “ataque hediondo e mortal”: “Estou horrorizado e condeno o ataque hediondo e mortal cometido hoje contra famílias judias. Meu coração está com a comunidade judaica em todo o mundo neste primeiro dia do Hanukkah, uma festividade que celebra o milagre da paz e da luz vencendo a escuridão.” O presidente israelense, Isaac Herzog, classificou o ataque como "cruel contra os judeus" e o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, acusou o governo australiano de ter "alimentado o fogo do antissemitismo" ao reconhecer um Estado palestino. A Confederação Israelita do Brasil (Conib) publicou uma nota afirmando que manifesta "sua profunda consternação e solidariedade à comunidade judaica da Austrália". Tiroteio em Bondi Beach, na Austrália Vídeos que circulam nas redes sociais mostram pessoas se dispersando na praia de Bondi enquanto vários tiros e sirenes da polícia são ouvidos. Mortes em ataques a tiros em massa são extremamente raras na Austrália. Um massacre ocorrido em 1996 na cidade de Port Arthur, na Tasmânia — quando um atirador matou 35 pessoas — levou o governo a endurecer drasticamente as leis sobre armas, tornando muito mais difícil para os australianos adquirirem armas de fogo. Gramado próximo à praia de Bondi, na Austrália, após tiroteio Australia Broadcasting Corporation, via Reuters Imagem aérea das equipes atuando após tiroteio na praia de Bondi, em Sydney, na Austrália Reuters/Reprodução Ferido é levado após tiroteio em Bondi Beach, na Austrália AP Photo/Mark Baker CONIB diz que antissemitismo explodiu após ataque do Hamas