A funcionária pública Flávia Ferraço Lopes Judice, esposa do desembargador Macário Judice Neto — relator do caso que investiga o ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos, o TH Joias, no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) — trabalhou na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) até o início de novembro deste ano. Macário Judice Neto foi preso nesta terça-feira (16), pela Polícia Federal (PF), na 2ª fase da Operação Unha e Carne, que investiga o vazamento de informações da Operação Zargun. Policiais prenderam Macário em casa, na Barra da Tijuca, na Zona Sudoeste do Rio de Janeiro. O g1 apurou que Macário foi o magistrado que, em setembro, expediu o mandado de prisão do então deputado TH Joias na operação. Flávia exercia o cargo de assessor 9 e trabalhava na diretoria-geral da presidência da Alerj, junto com o deputado e presidente-afastado da Alerj, Rodrigo Bacellar (União Brasil). A exoneração ocorreu a pedido, segundo ato da Mesa Diretora assinado em 6 de novembro e publicado no Diário Oficial. Em outubro, Flávia recebeu R$ 8,2 mil líquidos, conforme a folha de pagamento. A Alerj ainda não comentou. Não está claro se Flávia é ou não é investigada e se há indícios de participação ou interferência dela no caso. TH Joias foi preso em setembro, acusado de ligação com o Comando Vermelho. De acordo com denúncia do Ministério Público Federal (MPF), encaminhada ao TRF-2, o ex-parlamentar integrava o núcleo político da facção. Segundo as investigações, o ex-deputado teria sido alertado sobre a operação pelo então presidente da Alerj, que chegou a ser preso no começo do mês por suspeita de vazar informações sigilosas e obstruir investigações da Polícia Federal. O g1 tenta contato com a defesa do desembargador, de sua mulher e com a Alerj. Em atualização