Fim do um centavo: últimas moedas cunhadas nos EUA são arrematadas por R$ 90,4 milhões em leilão histórico

As últimas moedas de um centavo cunhadas pelas casas da moeda dos Estados Unidos foram vendidas por US$ 16,7 milhões, cerca de R$ 90,4 milhões, em um leilão realizado na sexta-feira (12), na Califórnia. A venda, conduzida pela Stack’s Bowers Galleries, reuniu colecionadores interessados em adquirir peças consideradas as derradeiras da série histórica. Criança derruba coroa de ouro avaliada em R$ 1,7 milhão em museu de Pequim; vídeo Companheiro leal: cão permanece junto ao corpo do dono durante ataque em praia na Austrália; vídeo Ao todo, foram arrematados 232 conjuntos com três moedas cada, que somaram US$ 16.744.500. Segundo a casa de leilões, trata-se do leilão de moedas especiais de maior valor já realizado em nome da Casa da Moeda dos Estados Unidos. O lote mais caro foi vendido por US$ 800 mil. Ele foi apresentado como o “último” conjunto cunhado e incluía, além das moedas, três matrizes de cunhagem canceladas usadas na produção. Matrizes são ferramentas que imprimem o desenho sobre o disco metálico em branco. Todas as moedas trazem a marca da letra grega Ômega, símbolo de encerramento. Entre elas, destaca-se um centavo de ouro 24 quilates (99,9%), cunhado em 2025 na Casa da Moeda da Filadélfia. As demais peças foram produzidas nas unidades da Filadélfia e de Denver. Os conjuntos foram vendidos por valores que variaram entre US$ 48 mil e uma média de US$ 72 mil. Cada um acompanhava um Certificado de Autenticidade numerado, segundo informou a Stack’s Bowers. As últimas moedas foram cunhadas em 12 de novembro pelo tesoureiro dos EUA, Brandon Beach, e pela diretora interina da Casa da Moeda, Kristie McNally, que operaram pessoalmente as prensas. Em nota, McNally afirmou que a instituição estava “entusiasmada em compartilhar essa oportunidade com o público americano”. Inicialmente marcado para quinta-feira (11), o leilão foi adiado devido ao interesse elevado dos colecionadores. Brian Kendrella, presidente da Stack’s Bowers Galleries, disse que as moedas “cativaram a imaginação do público” e despertaram entusiasmo até entre especialistas acostumados a lidar com raridades numismáticas. O fim da moeda de um centavo está ligado a medidas de redução de gastos públicos. Em fevereiro, uma postagem no Truth Social destacou que a produção do centavo custava mais de dois centavos por unidade. Especialistas alertam, no entanto, para efeitos colaterais: o ex-diretor da Casa da Moeda Rhett Jeppson afirmou ao New York Times que a eliminação do centavo pode ampliar o uso do níquel, cuja produção custa cerca de 14 centavos e já gerou um prejuízo de US$ 18 milhões ao Tesouro no último ano.