Após sofrer acidente e começar a praticar canoa havaiana, atleta conquista dois ouros no Pan-Americano

Quem passa pela Praia dos Amores ou pela Lagoa de Marapendi, na Barra da Tijuca, costuma ver a atleta Rie Luciana Nagasako dar aulas de canoa havaiana diariamente. Mas em meados de novembro ela estava bem longe dali, conquistando duas medalhas de ouro para o Brasil no Pan-Americano de Canoa Havaiana (Va’a), na Ilha de Páscoa, território chileno no meio do Oceano Pacífico. Rie ficou em primeiro lugar nas categorias V6 Master (canoa de seis lugares para atletas acima de 40 anos) e V3 Open (canoa de três lugares para todas as idades). Natal dos famosos: decorações de nomes como Vini Jr., Ludmilla e Cauã Reymond revelam tendências; profissionais comentam e dão dicas Transporte aquaviário: Primeira linha na Barra, ligando o Canal de Marapendi ao metrô, deve começar a operar em 2026 — O esporte tem crescido muito no Brasil. E temos muito mais mulheres competindo do que homens, apesar de ser um esporte machista; pouco se fala em como elas se destacam. No último Mundial, ouvi de um atleta da Nova Zelândia que não dava dois anos para o Brasil ficar entre os melhores do mundo — celebra ela, atualmente com 47 anos, que mantém a escola BarraVa’a na praia, há sete anos, e o Projeto Somar, no Clube Náutico Mandala, desde setembro. Esta é a conquista mais emblemática de Rie, que compete desde 2022 e já tem um bronze no Mundial na categoria sprint. Ela também já conquistou títulos brasileiros que a classificaram para a disputa do Pan. Desta vez, sem patrocínio e com o alto custo da viagem, a atleta precisou fazer uma vaquinha nas redes sociais para representar o Brasil. Nestas categorias, ela rema na posição de leme, que é a última da canoa e muito importante para a estratégia da equipe. — Não se ganha na força, mas na inteligência. Precisamos ter a leitura do mar, do vento e da ondulação. O leme é o que surfa o barco e o direciona — explica ela, que tem percebido piores condições de navegação no Quebra-Mar. — Todo ano, a condição da boca muda (saída do Canal da Joatinga para o mar). Hoje ela está muito assoreada. A lancha usa o motor, mas a gente depende da força humana. Quanto mais raso, mais pesada a remada fica. Deque irregular é demolido em praia na Barra: Outras estruturas estão na mira da prefeitura Rie cobra ainda uma melhor fiscalização das embarcações com motor nas praias e lagoas, pois muitas colocam em risco os praticantes do esporte. — Tem piloto que passa passa a 8 ou 10 nós (mais de 18km/h), olhando para baixo, vendo o celular — critica. Trio no momento da vitória na categoria V3 Open Divulgação/Confederação Brasileira de Va'aa/Bruno Araújo No dia a dia, ela dá aulas para quase 50 alunos nas duas bases. Para alguns, oferece 50% de desconto, como paratletas amputados, pessoas com deficiência visual e autistas. 'Com opções, talvez eu não tivesse ido': Thiago Soares cria companhia de dança no Rio Foi por causa de uma limitação física, inclusive, que ela descobriu o esporte. Depois de conquistar títulos no stand up paddle, Rie sofreu um acidente quando descia de skate uma rampa em Petrópolis, em 2017, e precisou desviar de um ônibus. Após se recuperar de uma fratura no tornozelo, ela constatou que não conseguia mais ficar muito tempo de pé na prancha, e o ortopedista sugeriu um esporte em que remasse sentada. A canoa havaiana, então, ainda ganhava espaço no Rio e no Brasil. — Não tinha escola de canoa havaiana na Barra, nós fomos a segunda. Eu morava em Vargem Grande, na época, e tinha que ir até a Urca para aprender. Hoje, já devem ter umas oito escolas na Barra— calcula a atleta. Initial plugin text