Autarquização da saúde na Unicamp: sessão do Consu é interrompida por manifestantes A sessão do Conselho da Unicamp (Consu) desta terça-feira (16), que tinha na pauta a votação do projeto para transformar a área da saúde da universidade em autarquia, precisou ser suspensa temporariamente após manifestantes contrários à mudança de gestão entrarem na sala. Assista ao vídeo acima. Durante a sessão, participantes protestaram dizendo que as portas da sala estavam fechadas para a comunidade. Foi nesse momento que os manifestantes entraram na sessão e entoaram coro contra a autarquização. A transmissão ao vivo parou pouco depois. Autarquização da saúde na Unicamp: sessão do Consu é interrompida por manifestantes Reprodução/YouTube Greve Cerca de 30% dos servidores da área da saúde estão paralisados desde segunda-feira (15), segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU). Os funcionários têm se revezado nas áreas hospitalares, garantindo a manutenção dos serviços essenciais. De acordo com o sindicato, os ambulatórios e as cirurgias eletivas são os setores mais impactados. O Hospital de Clínicas, por sua vez, afirmou que todas as atividades assistenciais, tanto eletivas quanto de urgência, seguem funcionando normalmente. Já o Hospital da Mulher (Caism) informou que os serviços de enfermagem foram os mais afetados. O centro também destacou que os funcionários estão se alternando para participar dos atos e que a adesão à paralisação deve aumentar nesta terça-feira, em razão da votação prevista. Em nota divulgada nesta segunda-feira (15), a Reitoria afirmou não haver paralisação das atividades na Unicamp e ressaltou que respeita as diferentes formas de manifestação. O que mudaria na saúde? De acordo com a proposta, a área da saúde deixaria de integrar diretamente a estrutura administrativa e orçamentária da Unicamp e seria transformada em uma autarquia chamada Hospital das Clínicas da Unicamp (HC-Unicamp). A previsão é que a autarquização seja aprovada institucional e legalmente no primeiro semestre de 2026. A reorganização administrativa e financeira ocorreria entre 2026 e 2027, enquanto a expansão e consolidação do projeto aconteceriam entre 2027 e 2036. PARA SABER MAIS: Entenda em 7 pontos como Unicamp quer transformar complexo de saúde em autarquia A autarquia reuniria oito órgãos, incluindo o atual Hospital de Clínicas e o Hospital da Mulher, Caism, e seria vinculada à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo para fins administrativos e orçamentários. Segundo a Unicamp, com a autarquização, cerca de 17% do orçamento da universidade, o equivalente a R$ 1,1 bilhão, deixaria de ser destinado à saúde. Esses recursos seriam direcionados para a expansão acadêmica, criação de novos cursos e investimentos em infraestrutura. Já o STU afirma que a autarquização representa a perda do controle administrativo e financeiro do complexo da saúde e alerta para a falta de garantias quanto à manutenção dos empregos dos trabalhadores e da qualidade do atendimento em saúde de alta complexidade. VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias sobre a região no g1