Ela é amplamente cultivada em vasos, hortas e jardins. À mesa, é utilizada como condimento para dar um tempero especial aos pratos e, inclusive, a indústria cosmética e farmacêutica também passou a reconhecer seus múltiplos benefícios. No entanto, se há algo em que a planta do alecrim se destaca é na medicina popular; é uma das espécies com maior número de aplicações medicinais diferentes: é útil para equilibrar o humor, melhorar a memória, reduzir dores de cabeça e induzir o sono, entre muitas outras funções. De denominação científica Rosmarinus officinalis L., esta planta aromática perene pertence à família Lamiaceae, que é a mesma à qual pertencem espécies como a hortelã, o tomilho e a sálvia. Caracteriza-se por ser arbustiva e por poder crescer em todo tipo de solo; de acordo com registros acadêmicos, estima-se que seja originária da região Mediterrânea e do Cáucaso. Há centenas de anos, os romanos a ofereciam aos deuses e a utilizavam por seus efeitos calmantes e relaxantes. Também existem lendas que sustentam que os gregos a consumiam antes de prestar exames, convencidos de que a espécie lhes permitia agilizar a memória. Esses fatos, juntamente com outros marcos, fizeram com que atualmente ela seja cultivada em todo o mundo. OMS reconhece fim de transmissão do HIV de mãe para filho no Brasil Uma nova droga poderosa está criando uma ‘crise de abstinência’ em cidade dos EUA Benefícios do alecrim É uma planta que possui uma grande quantidade de compostos bioativos que acabam beneficiando o corpo. Raúl Murray, médico especialista hierarquizado em Nutrição e ex-presidente da Sociedade Argentina de Médicos Nutricionistas, destaca que, no perfil nutricional do alecrim, encontram-se polifenóis como os ácidos rosmarínico, carnósico e ursólico, que exercem funções anti-inflamatórias, antioxidantes e neuroprotetoras. — Também conta com óleos essenciais como o de 1,8-cineol, α-pineno, cânfora e borneol, que proporcionam efeitos respiratórios, antimicrobianos e em nível cognitivo”, ressalta Murray. “Esses compostos explicam por que o alecrim é utilizado na gastronomia, na fitoterapia, na aromaterapia e em formulações tópicas para dor muscular ou circulação — acrescenta Murray. De fato, em seus Tratados hipocráticos, Hipócrates e outros autores da Antiguidade já haviam feito menção às propriedades medicinais do alecrim; entre as que mais se destacavam estava a cura de feridas por meio de ungüentos feitos com suas flores e ramos, além de se ressaltar seu uso para aliviar dores. Por outro lado, um estudo intitulado “Efeitos terapêuticos do alecrim e seus componentes ativos sobre os transtornos do sistema nervoso” revela que outro benefício significativo do alecrim é seu impacto positivo no sistema neuronal e na memória. Além disso, a Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos revela que, desde tempos remotos, esse condimento tem sido utilizado popularmente para tratar quadros de insônia, transtornos emocionais e depressão. Em nível cardiovascular, os dados são escassos, mas interessantes, sustenta Murray. — Alguns ensaios relataram melhorias nos níveis de lipídios e glicemia após a suplementação com alecrim (por exemplo, 3 gramas por dia em um pequeno estudo com pacientes diabéticos) e outro ensaio recente — no qual os participantes tomaram uma infusão diária de alecrim durante 45 dias — descreve redução da pressão arterial em hipertensos — informa o médico. A Cooperativa Científica Europeia de Fitoterapia informa, por meio de um documento, que pode ser útil no tratamento de distúrbios reumáticos, articulares e da circulação periférica. O médico acrescenta que, graças aos seus compostos, o alecrim é eficiente para diminuir desconfortos gastrointestinais leves. Como consumir o alecrim? Ele pode ser consumido de várias formas: em infusão ou tisana; temperando pratos com suas folhas frescas ou secas; como óleo essencial, seja em difusor ou diluído; e por meio de suplementos em cápsulas ou extratos. Segundo Murray, a forma mais fácil de conseguir suas folhas frescas é em hortifrútis e, seco, em lojas de produtos naturais. Quanto às quantidades, o especialista recomenda não ultrapassar 4 gramas diárias de alecrim seco como condimento; e acrescenta que suas folhas frescas podem ser consumidas de 3 a 12 gramas por dia. — Sua infusão não deve exceder 2 xícaras diárias e é importante alertar que seu óleo essencial não é adequado para consumo alimentar — afirma.