Museu do Amanhã abre exposição sobre oceanos nesta quinta

Símbolo da revitalização da Zona Portuária do Rio, e, junto a cartões-postais como o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar, o Museu do Amanhã celebra seus dez anos com histórias para contar e novidades para mostrar. Museu mais visitado da América do Sul, com um público de mais de 1,2 milhão de pessoas em 2025, a instituição completa uma década de atividades nesta quinta-feira (17), quando será inaugurada a exposição "Oceano — O mundo é um arquipélago", a mais nova das mais de 60 mostras temporárias já realizadas neste período, entre elas grandes sucessos de público, a exemplo de "Coronaceno: Reflexões em tempos de pandemia" (2021), "Amazônia” (2022), de Sebastião Salgado, e "Claudia Andujar e seu universo", deste ano. Celebrado: Museu do Amanhã chega aos 10 anos como o mais visitado da América do Sul e inspirando outras instituições pelo mundo Mais uma no Louvre: vazamento danifica até 400 obras na biblioteca de Egiptologia do museu Assinada por Fabio Scarano, curador da instituição, Camila Oliveira, gerente geral de conteúdo, e Caetana Lara Resende, a exposição destaca os diversos tipos de inteligência dos seres vivos que habitam os mares e suas profundezas. Mostrando o oceano como origem da nossa existência, a exposição interativa leva o público a este universo por meio de ambientes sensoriais que simulam luz, textura e o movimento das águas. POR DENTRO DO AMANHÃ - 10 ANOS DO MUSEU A exposição é delineada a partir dos Sete Princípios da Cultura Oceânica da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), que defendem a diversidade de um único oceano global, como um sistema contínuo e interligado; que molda as características da Terra e exerce uma grande influência no clima e no tempo; e que tornou o planeta habitável, com os seres humanos intrinsecamente interconectados a ele. Os princípios podem ser observados em salas como "Mergulho", um espaço imersivo com luz e imagens vistas do alto, para dar a sensação de se estar embaixo d’água; ou na variedade de seres da sala "Vida", que traz imagens desde organismos microscópicos até alguns dos maiores mamíferos da Terra, como a orca representado pelo esqueleto de sete metros emprestado à exposição pelo Museu Nacional; e "Borda", na qual o oceano é apresentado como um sistema complexo e que responde às pressões das mudanças promovidas pelo homem. Esqueleto de orca cedido pelo Museu Nacional ao Museu do Amanhã para a exposição Oceano Guito Moreto - O próprio esqueleto da Orça simboliza, em si, as consequências dessas transformações. Ele foi encontrado em 2022, na Praia de Tabuba (no município cearense de Caucaia), em um trecho que já não existe mais, foi coberto pelo mar. Hoje não seria mais possível resgatar esse esqueleto - pontua Camila. - Todos os ossos foram separados para o acervo do Museu Nacional, mas é a primeira vez que o esqueleto está sendo montado, na exposição. Entendemos que também não poderíamos mostrá-lo como num museu de ciências, sem uma relação social e artística. Outros diálogos entre arte, cultura e o oceano estão presentes na seção "Arquipélago", com obras de nomes como Mölambo, Jeane Terra, Arthur Bispo do Rosário, Luciano Candisani; em "Naufrágio", outro ambiente imersivo, palavras como projeções sobre o piso trazem propostas de construção de um futuro sustentável, a partir da relação com os meios marinhos. Na celebração do aniversário do museu e na abrtura da nova mostra, a entrada será gratuita, ocasião em que o público também poderá conferir as mudanças na mostra de longa duração "Do cosmos a nós", em cartaz desde que a instituição abriu as portas. A primeira alteração será na seção "Antropoceno", agora chamada "Onde estamos". A ideia é que ao longo de dois anos toda a mostra esteja renovada. Scarano também assina a curadoria da renovação, ao lado de Liana Brazil, sócia e diretora criativa SuperUber, empresa que executa o projeto, e do físico e doutor em cosmologia Luiz Alberto Oliveira. A mostra 'Do cosmos a nós' sofreu alterações para as celebrações dos dez anos do Museu do Amanhã Guito Moreto - Em 2023 e 2024, começamos a fazer alguns ajustes na curadoria que levaram a mudanças na exposição de longo prazo. Nesses dez anos a questão tecnológica e a imersividade foram justamente alguns dos atrativos que trouxeram tanta gente ao museu. Mas também percebemos mais recentemente que, após a pandemia, as pessoas estavam cansadas de tanta tela - contextualiza Scarano. - Com as mostras temporárias, que poderiam ser categorizadas como de artes visuais, foram experiências que mostram que, mais do que entender, sentir é muito importante para a conscientização da situação do planeta. A exposição original era mais visual, queremos estimular os outros sentidos, tornar mais sensorial. E também mudarmos de espaços de interação individuais, como os jogos, para experiências coletivas.