Ex-BBB Gustavo Marsengo mostra resultado de transplante capilar e reacende debate sobre o procedimento

O antes e depois de um transplante capilar publicado pelo ex-BBB Gustavo Marsengo voltou a chamar atenção para um procedimento que tem se tornado cada vez mais comum no Brasil. Em suas redes sociais, o advogado compartilhou imagens do resultado alcançado após a cirurgia e comentou a mudança na aparência. “Pouco mais de um ano da cabeleira nova. E tem gente com coragem de falar que prefere o antes”, escreveu. Retrospectiva 2025: os antes e depois de celebridades brasileiras que mais repercutiram Confira: As celebridades que mais surpreenderam com transformações usando canetas de emagrecimento em 2025 A exposição do resultado acompanha um movimento mais amplo de popularização do transplante capilar, impulsionado tanto pelos avanços técnicos quanto pela maior visibilidade do tema nas redes sociais. Segundo o especialista em transplante capilar Marcelo Nogueira, o procedimento deixou de ser tratado como tabu. “Nos últimos anos, o transplante capilar deixou de ser um assunto restrito e passou a ocupar espaço nas redes sociais e na mídia. As técnicas avançaram proporcionando resultados mais naturais e um período de recuperação mais tranquilo, fatores que impulsionaram o interesse. Além disso, a normalização do tema por figuras públicas contribui para reduzir o estigma em torno da calvície e do próprio procedimento”, afirma. De forma geral, o transplante consiste na redistribuição dos próprios fios do paciente. “Basicamente, o procedimento consiste na retirada de unidades foliculares (raízes dos cabelos) do paciente de uma região, chamada de área doadora, para serem transplantadas em outra”, explica o especialista. O perfil de pacientes segue majoritariamente masculino, especialmente a partir dos 30 anos. “Homens após os 30, 40 anos são os pacientes que mais chegam ao consultório querendo realizar o transplante capilar, afinal, são os principais afetados pela alopecia androgenética, a famosa calvície”, diz. No entanto, o procedimento não se restringe a esse grupo. “Além de homens com alopecia androgenética, mulheres com a condição também se beneficiam do transplante capilar. Além disso, o procedimento também pode ser indicado para restaurar e/ou aumentar a densidade capilar de outras áreas, como barba e sobrancelhas, e para reduzir o tamanho da testa, por exemplo”, completa. Outro dado que chama atenção é o aumento da procura entre pessoas mais jovens. “Por conta principalmente das redes sociais, a geração mais jovem é mais informada e mais apegada à imagem. Por isso, percebe rapidamente alterações na linha capilar. Eles chegam mais cedo em busca de soluções, seja para prevenir a progressão da calvície com tratamentos clínicos ou para realizar o transplante em casos específicos”, afirma. Atualmente, diferentes técnicas são utilizadas, com destaque para a FUE (Extração de Unidade Folicular). “Ao contrário da técnica FUT (sigla em inglês para Transplante de Unidade Folicular), em que é retirada uma faixa de pele da área doadora, na técnica FUE os fios são extraídos individualmente por meio de micro incisões. A grande vantagem está no fato de causar cicatrizes puntiformes, praticamente imperceptíveis, ao contrário da FUT, que deixa uma cicatriz linear”, explica. Uma variação mais recente, conhecida como No-shave, tem ganhado espaço por não exigir a raspagem total dos fios. “As grandes vantagens dessa técnica estão no fato de deixar o aspecto visual muito agradável no pós-operatório imediato e possibilitar um retorno mais rápido à rotina normal, com o visual preservado durante a recuperação”, destaca. Ainda assim, o especialista reforça que não existe uma técnica universal. “Cada uma têm suas indicações e contraindicações e devem ser escolhidas de acordo com as características e necessidades do paciente”. Segundo ele, quando bem indicado, o resultado tende a ser natural. “É importante reforçar que, quando realizadas corretamente por um profissional experiente, todas as técnicas são capazes de conferir um resultado extremamente natural e satisfatório. O transplante é realizado folículo a folículo seguindo a angulação e a distribuição natural dos fios e os cabelos crescem com a mesma cor, textura e velocidade de crescimento da área em que foram retirados”, afirma. Ele também alerta que o transplante não deve ser confundido com implantes com fios sintéticos. Em relação à segurança, o especialista explica que o procedimento apresenta baixo risco quando feito com avaliação adequada. “Com exames adequados e sendo realizado em ambiente cirúrgico apropriado, o procedimento apresenta risco muito baixo de rejeição, desde que a região da área receptora seja bem avaliada previamente pelo médico. Isso ocorre porque as unidades foliculares utilizadas são do próprio paciente, e a segurança depende de uma avaliação criteriosa e da correta execução do procedimento”, diz. Por fim, ele ressalta que o transplante não interrompe a calvície de forma definitiva. “Além disso, os fios transplantados não carregam a genética da calvície, o que traz resultados extremamente duradouros. Ainda assim, como a calvície não tem cura, apenas controle, é fundamental manter o tratamento clínico em paralelo para evitar que os fios não transplantados (ou nativos) continuem a sofrer os efeitos da alopecia, prejudicando assim o resultado e a aparência”, afirma. Para o especialista, o procedimento passou a ser encarado como parte de um cuidado contínuo. “O transplante capilar deixou de ser visto como algo extremo ou a última alternativa. Agora, ele passou a ser um cuidado que pode ser adotado em diferentes fases da vida, com grandes benefícios para o bem-estar e a autoestima do paciente”, finaliza.