Eflúvio pós-transplante capilar: por que os fios caem nos primeiros meses e quando o crescimento começa

Quem se submete a um transplante capilar costuma enfrentar um momento de insegurança logo nas primeiras semanas após a cirurgia: a queda dos fios recém-implantados. Apesar do impacto visual, especialistas explicam que o fenômeno é esperado e faz parte do processo de adaptação dos folículos ao novo local. Retrospectiva 2025: os antes e depois de celebridades brasileiras que mais repercutiram Confira: As celebridades que mais surpreenderam com transformações usando canetas de emagrecimento em 2025 “Essa fase é comum e recebe o nome de queda pós-transplante, um processo fisiológico que acompanha a adaptação dos folículos ao novo tecido”, explica Marcelo Nogueira, especialista em transplante capilar. Segundo ele, a queda não representa falha no procedimento nem perda definitiva dos fios. “Após a cirurgia, os folículos passam por um período de repouso. A haste visível do fio se desprende, mas o folículo permanece íntegro e metabolicamente ativo sob a pele. Essa é uma das fases que mais geram ansiedade, principalmente quando os fios começam a cair. Mas isso é algo esperado. Essa queda temporária é chamada de queda pós-transplante ou ‘hair transplant shedding’ e é um estágio natural do ciclo capilar”, afirma. De acordo com o especialista, o crescimento dos novos fios começa a se tornar perceptível a partir do terceiro ou quarto mês após a cirurgia. “E o crescimento continua progressivamente até o décimo segundo mês. O acompanhamento profissional é fundamental nesse período”, ressalta. Embora cada organismo responda de forma diferente, o processo costuma seguir um padrão conhecido. “Embora a resposta seja sempre individual, o ciclo geralmente evolui de forma previsível: entre a segunda e a sexta semana surge a queda inicial; no terceiro e quarto mês, novos fios começam a aparecer mais finos e claros, ganhando espessura com o tempo; a partir do sexto mês, o paciente percebe aumento de densidade e preenchimento das áreas transplantadas. O resultado completo costuma ocorrer entre 12 e 15 meses”, detalha. Entender essa fase é essencial para evitar interpretações equivocadas sobre o resultado do transplante. “Além disso, o acompanhamento médico permite ajustar terapias complementares, controlar inflamações e garantir que o processo de regeneração siga dentro do esperado”, explica Nogueira. Evolução das técnicas Nos últimos anos, o transplante capilar passou por avanços que tornaram o procedimento mais preciso e menos invasivo, com impacto direto na recuperação e no resultado estético. “A base do transplante ainda é a mesma: retirar folículos saudáveis da região doadora e implantá-los em áreas de rarefação. O que mudou foi a forma de extrair, manipular e posicionar cada unidade folicular”, afirma o especialista. A técnica FUE (Extração de Unidades Foliculares), atualmente a mais utilizada, passou por refinamentos importantes. “A técnica FUE foi refinada com instrumentos de menor diâmetro, motores de alta precisão e dispositivos que reduzem o trauma tecidual. O grande avanço está na delicadeza do processo. Quanto menos trauma, maior a taxa de sobrevivência dos enxertos e mais natural o desenho da linha capilar”, diz. “O transplante é realizado folículo a folículo seguindo a angulação e a distribuição natural dos fios e os cabelos crescem com a mesma cor, textura e velocidade de crescimento da área em que foram retirados”, completa. Outro ponto sensível do procedimento é o desenho da linha capilar, que exige planejamento individualizado. “Os fios nascem com maior variedade de tamanhos e as cicatrizes tornam-se praticamente imperceptíveis. Mesmo com tecnologias avançadas, a escolha do profissional e a avaliação adequada continuam sendo determinantes. A técnica é importante, mas o diagnóstico do tipo de alopecia, a qualidade da área doadora e o planejamento individualizado são fundamentais”, finaliza Marcelo Nogueira.