Responsável por liderar a reestruturação do futebol do Flamengo nos últimos anos, o diretor esportivo José Boto vê o clube em um novo patamar no cenário internacional. Em entrevista ao jornal espanhol As, publicada nesta quarta-feira, o dirigente português afirmou que o Rubro-Negro já atingiu os principais objetivos esportivos do projeto e agora busca consolidar sua posição frente aos grandes clubes da Europa. Atacante pede para sair do Borussia Dortmund por exigência da mulher, que estaria 'limitada' na cidade sede; entenda — Já fizemos o mais importante: ganhar o campeonato e a Copa Libertadores. Esse era o objetivo. Agora é hora de dar o toque final — afirmou Boto, ao comentar a decisão continental. Para ele, a disputa da Copa Intercontinental tem peso estratégico e simbólico. — É tão importante para os torcedores quanto para o projeto. Permite ver onde estamos, comparando-nos com os melhores times da Europa. Segundo o dirigente, a ambição do Flamengo é clara: transformar o maior clube da América do Sul em uma instituição com mentalidade semelhante à dos gigantes europeus. Para isso, a política de mercado passou por uma mudança estrutural. Boto revelou que, ao assumir o cargo, identificou uma barreira cultural que impedia o clube de disputar jogadores que atuavam na Europa. — Quando cheguei, disse que o Flamengo, pelo nome e orçamento, podia competir por alguns jogadores que estão na Europa. Antes, diziam: 'Nem vamos tentar'. Acreditava-se que os melhores preferiam Napoli, Benfica ou Sporting ao Flamengo — explicou. A estratégia, segundo ele, seguirá sendo aprofundada. A ideia é atrair brasileiros que atuam fora do país e também jogadores em idade competitiva, capazes de elevar o nível do elenco e abrir novas portas no mercado internacional. — Quando você traz jogadores que têm clubes interessados neles, inclusive sem ligação com o Brasil, isso muda a percepção. Outros atletas perguntam, querem saber como é, e isso abre o mercado — disse. Boto também destacou o que o Flamengo oferece a jogadores europeus além do aspecto financeiro. — É um projeto para ganhar títulos, com uma emoção diferente, uma forma mais pura de viver o futebol. Além disso, o clube tem recursos e instalações equivalentes às de Real Madrid, Benfica ou Juventus — afirmou. Durante a entrevista, o dirigente projetou um retorno simbólico que agrada à torcida rubro-negra: o de Vinicius Junior. Para Boto, o atacante do Real Madrid voltará ao clube em algum momento da carreira. — Quem vive o Flamengo cria um amor e uma paixão para a vida toda. Vai chegar o momento em que ele vai querer voltar. Isso é certo. Por fim, o português falou sobre Filipe Luís, apontado como um dos técnicos mais promissores do futebol brasileiro. Boto admitiu que o Flamengo terá dificuldades para mantê-lo no médio prazo, mas reforçou a importância de sua permanência. — Ele é incrivelmente dedicado, trabalha muito, analisa adversários e a própria equipe o tempo todo. Depois de mais um ano aqui, estará pronto para a Europa. Mas é importante mantê-lo, porque toda a estrutura foi construída em torno dele. Se sair agora, será difícil manter o mesmo caminho.