Edson Sarkis Jr, um dos donos do Hospital Santa Júlia, chega à delegacia para depoimen Os donos do Hospital Santa Júlia prestam depoimento, nesta quarta-feira (17), na sede do 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP), que conduz as investigações sobre a morte de Benício Xavier, após receber doses elevadas de adrenalina. Benício morreu em 23 de novembro, depois de receber o medicamento de forma indevida. Segundo as investigações, a médica Juliana Brasil prescreveu a dose errada, e a técnica de enfermagem Raiza Bentes aplicou o medicamento na veia da criança. Segundo o delegado Marcelo Martins, as investigações também apuram a responsabilidade do hospital quanto à estrutura, protocolos e eventuais falhas do sistema de prescrição. Participe do canal do g1 AM no WhatsApp Para esta quarta-feira estão previstos os depoimentos de: Édson Sarkis Édson Sarkis Júnior Júlia Sarkis O primeiro a depor foi Édson Sarkis Júnior, que chegou à unidade policial por volta das 9h30. Acompanhado por advogados, ele não quis falar com a imprensa. As oitivas devem se estender ao longo do dia. Edson Sarkis Júnior, um dos donos do Hospital Santa Júlia, chega para depoimento. Lucas Macedo/g1 AM Hospital forneceu informações falsas ao Ministério da Saúde O Hospital Santa Júlia cadastrou a médica Juliana Brasil em plataforma do Ministério da Saúde como pediatra, mesmo a profissional não possuindo especialização na área, afirmou o delegado Marcelo Martins na última segunda-feira (15). Ao g1, o delegado afirmou que a informação foi constatada em consulta ao Cadastro Nacional de Especialistas (CNE). "Alguém do hospital realizou essa declaração perante o Ministério da Saúde, afirmando que a médica Juliana era uma médica pediátrica, e essa pessoa pode responder por falsidade ideológica. Essa é uma outra circunstância que será apurada em termos de responsabilização criminal". O Hospital Santa Júlia não se pronunciou sobre Juliana Brasil não ter especialidade em pediatria e atuar no setor da unidade. Caso Benício: entenda as restrições da Justiça que médica e técnica precisam cumprir após prisões negadas O caso Imagens exclusivas revelam como foi o atendimento ao menino Benício, vítima de um erro médico Segundo o pai, Bruno Freitas, o menino foi levado ao hospital com tosse seca e suspeita de laringite. Ele contou que a médica prescreveu lavagem nasal, soro, xarope e três doses de adrenalina intravenosa, 3 ml a cada 30 minutos. A família disse ao g1 que chegou a questionar a técnica de enfermagem ao ver a prescrição. De acordo com Bruno, logo após a primeira aplicação, Benício apresentou piora súbita. “Meu filho nunca tinha tomado adrenalina pela veia, só por nebulização. Nós perguntamos, e a técnica disse que também nunca tinha aplicado por via intravenosa. Falou que estava na prescrição e que ela ia fazer”, relatou o pai. Após a reação, a equipe levou a criança para a sala vermelha, onde o quadro se agravou. A oxigenação caiu para cerca de 75%, e uma segunda médica foi acionada para iniciar o monitoramento cardíaco. Pouco depois, foi solicitado um leito de UTI, e Benício foi transferido no início da noite de sábado. Na UTI, segundo o pai, o quadro piorou. A equipe informou que seria necessária a intubação, realizada por volta das 23h. Durante o procedimento, o menino sofreu as primeiras paradas cardíacas. O pai relatou que o sangramento ocorreu porque a criança vomitou durante a intubação. Após as primeiras paradas, o estado de Benício continuou instável, com oscilações rápidas na oxigenação. Minutos depois, Benício apresentou nova piora e não respondeu às manobras de reanimação. Ele morreu às 2h55 do domingo. “Queremos justiça pelo Benício e que nenhuma outra família passe pelo que estamos vivendo. O que a gente quer é que isso nunca mais aconteça. Não desejamos essa dor para ninguém”, disse o pai. Em nota, o Hospital Santa Júlia informou que uma médica e uma técnica de enfermagem foram afastadas de suas funções e realizou uma investigação interna pela Comissão de Óbito e Segurança do Paciente. Infográfico - Caso Benício Arte g1