Flórida lança coelhos-robôs para combater superpopulação invasora de cobras

Um distrito de gestão de recursos hídricos da região dos Everglades, no estado americano da Flórida, está usando coelhos-robôs para ajudar a monitorar e, eventualmente, eliminar a população cada vez maior de pítons-birmanesas invasoras que têm causado estragos na fauna nativa. Veja também: Mulher é presa por 'rechear' pães com navalhas em dois mercados dos EUA Meio ambiente: Operação retira do mar baleia de 30 toneladas encontrada morta na costa da Espanha Os coelhos movidos a energia solar foram soltos na região, conhecida por seu aspecto pantanoso, logo após o Desafio da Píton da Flórida, uma competição anual de 10 dias que atrai centenas de caçadores de cobras ansiosos para caçar os répteis invasores. Os coelhinhos-robôs, embora tenham uma aparência caricata, são equipados com uma câmera alimentada por inteligência artificial que alerta autoridades do Distrito de Gestão de Água do Sul da Flórida quando identificam uma píton. A partir daí, alguém será enviado para remover a cobra, de acordo com um comunicado à imprensa. Os robôs foram projetados para imitar os movimentos de coelhos reais e incluem mecanismos para reproduzir a assinatura térmica e o odor de um animal vivo, nos quais as pítons se concentram ao caçar coelhos de verdade. Amigos de infância encontram diamante raro com 15,34 quilates e avaliado em até R$ 366 mil na Índia Coelhos-robôs: modelos são desenvolvidos para imitar os movimentos e a temperatura dos animais de verdade Reprodução: SFWMD.com As pítons invasoras podem medir até 18 pés de comprimento e são capazes de engolir um cervo inteiro. Não está claro como os coelhos-robôs se sairão contra as pítons, nem quantos o distrito poderá perder para o apetite dos répteis. A píton-birmanesa, uma espécie não nativa dos Estados Unidos, foi registrada pela primeira vez no Estado do Sol na década de 1990. Desde então, sua população disparou exponencialmente, embora as autoridades não saibam qual é o número exato. Mais de 19.000 pítons foram removidas dos Everglades desde 2000, segundo o Fox Weather Service. Outras foram mortas ou removidas durante eventos promovidos, como no Desafio da Píton da Flórida. O vencedor do ano passado eliminou impressionantes 20 pítons e garantiu o prêmio principal de US$ 10 mil (cerca de R$ 55 mil). A espécie é isenta da legislação estadual de proteção animal — exceto da lei contra crueldade — e pode ser morta de forma humanitária durante todo o ano, com ou sem permissão ou licença de caça, de acordo com a Comissão de Conservação de Peixes e Vida Selvagem da Flórida. Ainda assim, o domínio da píton é evidente ao se observar os danos sofridos por outras espécies nos Everglades. As populações de guaxinins e gambás, duas presas fáceis para os répteis gigantescos, foram quase totalmente erradicadas da área, restando apenas 1% ou 2%, segundo um estudo de 2012 do Serviço Geológico dos Estados Unidos.