Forças Armadas da Venezuela rejeitam bloqueio naval anunciado por Trump

As Forças Armadas da Venezuela divulgaram, nesta quarta-feira, 17, nota em que reafirmam lealdade ao ditador Nicolás Maduro. Os militares dizem não se sentir intimidados por ameaças do presidente dos Estados Unidos , Donald Trump. A publicação do comunicado ocorre um dia depois do republicano determinar o bloqueio de petroleiros sob sanção ao redor da Venezuela. O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, assina o texto. O documento adota tom de confronto e faz críticas diretas ao presidente norte-americano. https://twitter.com/camilapress/status/2001315941645242670?s=20 "As Forças Armadas Nacionais Bolivarianas rejeitam categoricamente as declarações delirantes feitas ontem, terça-feira, 16 de dezembro, pelo presidente dos EUA, Donald Trump", diz a nota. "Nas quais ele ameaçou insolentemente nossa nação com ação armada e ordenou um suposto bloqueio naval total para confiscar navios que transportam petróleo venezuelano, ato que equivale a pirataria descarada." + Leia mais notícias de Mundo em Oeste Maduro afirma que Trump tenta promover uma mudança de regime, mas diz que a população e as Forças Armadas impedirão qualquer iniciativa para removê-lo do poder. Venezuela: Forças Armadas criticam Trump Além disso, o comunicado chama de "fantasiosas e incoerentes" as acusações de que a Venezuela teria roubado petróleo, terras e outros bens. Segundo o texto, essas alegações sustentariam uma narrativa "implausível" de combate ao narcoterrorismo para justificar uma política agressiva contra Caracas. "Nunca antes na história do nosso país um presidente dos EUA nos ameaçou com tanta veemência", continua a nota das Forças Armadas. "Portanto, hoje, ao comemorarmos o 195º aniversário da morte de Simón Bolívar, dizemos ao governo dos EUA e ao seu presidente que não nos deixamos intimidar por suas ameaças grosseiras e arrogantes; que o próprio Bolívar, e muitos outros heróis da emancipação americana, nos ensinaram a lutar e derrotar impérios poderosos, e que a dignidade desta nação não é negociável nem facilmente derrotada." As Forças Armadas acusam Washington de violar a Carta das Nações Unidas, normas do comércio internacional e as Convenções de Genebra relativas ao alto-mar. Segundo o comunicado, o bloqueio afronta a soberania dos Estados e o princípio da solução pacífica de controvérsias. Efeitos do bloqueio dos EUA Na prática, o bloqueio deve impedir a entrada ou saída de águas venezuelanas da maioria dos cargueiros de petróleo não ligados à norte-americana Chevron. Apesar das sanções ao setor petrolífero, a empresa opera no país com autorização de Washington, medida adotada no governo Joe Biden e mantida pela atual gestão. Leia também: "Rússia ameaça o ocidente e promete apoio militar à Venezuela" A decisão ocorre em meio a uma mobilização ampliada de militares dos EUA no Caribe e no Pacífico. Segundo analistas, a iniciativa busca pressionar o regime de Maduro, acusado por Washington de tráfico internacional e corrupção, acusações que ele nega. O post Forças Armadas da Venezuela rejeitam bloqueio naval anunciado por Trump apareceu primeiro em Revista Oeste .