Os Estados Unidos enviaram militares ao porto equatoriano de Manta, no sudoeste do país, para desarticular rotas do narcotráfico em um dos principais corredores de drogas da região, onde Washington teve uma base militar até 2009, informaram as autoridades nesta quarta-feira. A chegada das tropas americanas ao Equador ocorre em meio a ataques militares de Washington no Caribe e no Pacífico, que deixaram ao menos 95 mortos desde setembro, contra embarcações que o Pentágono alega serem usadas para o narcotráfico transnacional. Após pressão mexicana: secretário-geral da ONU quer evitar uma 'escalada maior' entre EUA e Venezuela Leia mais: Entenda o que significa o bloqueio ordenado por Trump a petroleiros da Venezuela "Esta operação permitirá identificar e desarticular as rotas do narcotráfico, e subjugar aqueles que acreditavam que poderiam tomar o país", publicou no X o presidente equatoriano, Daniel Noboa, um dos maiores aliados dos EUA na região. Em uma mensagem postada nas redes sociais, a embaixada americana deu as "boas-vindas" ao pessoal da Força Aérea americana "para uma operação temporária com a Força Aérea do Equador em Manta", sem detalhar a quantidade de militares envolvidos ou o prazo durante o qual permanecerão no país sul-americano. A operação contempla "o fortalecimento da compilação de informação e as capacidades de luta contra o narcotráfico, e é desenhada para proteger os Estados Unidos e o Equador frente às ameaças que compartilhamos", acrescentou o órgão. O Ministério da Defesa do Equador indicou que há alguns dias aviões americanos chegaram ao país com "material de caráter militar", sem fornecer mais detalhes. Os equatorianos votaram "não" ao retorno das bases militares estrangeiras no país, em um referendo promovido por Noboa em novembro. Na véspera do referendo, Noboa visitou, juntamente com a secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, áreas militares em Manta e no balneário de Salinas, também no sudoeste do país, como locais potenciais para a instalação de bases militares. Initial plugin text O Equador está localizado entre a Colômbia e o Peru, os principais produtores mundiais de cocaína. Washington e Quito mantêm um acordo de cooperação militar desde 2023. Com o apoio da Marinha americana no Pacífico em 2025, o país apreendeu cerca de 210 toneladas de drogas no ano até o momento, frente ao recorde de 294 em 2024. Durante uma década, os Estados Unidos mantiveram uma base da Força Aérea em Manta, principal porto pesqueiro do Equador, um dos mais estratégicos para o comércio exterior e um reduto do tráfico de drogas. Noboa, assim como outros outros líderes de direita no continente que são aliados de Trump, planeja endurecer o combate ao crime organizado com o apoio do presidente americano. Na segunda-feira, Estados Unidos e o Paraguai assinaram um pacto de segurança que poderá permitir que soldados americanos operem no país sul-americano como parte da repressão de Trump contra "gangues criminosas violentas" que sua administração considera terroristas. O chamado acordo sobre o Status das Forças formaliza uma parceria já existente, disse o secretário de Estado americano, Marco Rubio, que elogiou o Paraguai como um dos "aliados mais fortes do mundo" de seu país e da região. Segundo ele, o acordo também facilita operações conjuntas, treinamento e compartilhamento de informações em questões de segurança, respeitando a soberania nacional.