O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, escolheu transmitir uma mensagem otimista aos americanos sobre 2026 em um pronunciamento na TV americana na noite de hoje elencando uma série de problemas que diz ter recebido do governo de seu antecessor, o democrata Joe Biden. Em meio à crescente impaciência dos americanos em relação à economia, com inflação persistente e juros altos, Trump atribuiu à sua política de tarifas de importação o aumento da arrecadação e a recuperação da economia americana em seu governo. Correios: em vez de greve, Justiça do Trabalho quer que sindicatos submetam aos trabalhadores proposta de acordo da estatal em crise Califórnia freia vendas da Tesla: estado diz que marketing de 'piloto automático' da montadora de Musk foi longe demais Ele prometeu a redução de preços a partir de 2026 e afirmou que muitos já estão caindo. Como exemplo, afirmou que o tradicional peru das ceias americanas do Dia de Ações de Graças, em novembro, estavam 33% mais baratos neste ano em relação a 2024, quando Biden ainda estava na Casa Branca. — E tudo mais está caindo rapidamente — afirmou, admitindo que ainda há o que fazer para reduzir a inflação no país. Trump fez autoelogios à sua política de tarifas de importação sobre produtos de outros países que entram nos EUA e atribuiu a elas um salto na arrecadação do governo. Ele afirmou que, na noite da hoje, militares começarão a receber o pagamento de "dividendos" baseados nessas tarifas. O presidente disse que seu governo conseguiu atrair bilhões de investimentos para os EUA com sua política protecionista, gerando empregos para os americanos. O republicano recorreu às suas críticas de sempre ao seu antecessor, como uma suposta política que permitiu uma "invasão de imigrantes a nossa fronteira do sul". E prometeu reduzir gastos sociais com imigrantes e as oportunidades para que eles "roubem empregos dos americanos". E deu o exemplo dos gastos do Minnesota com a comunidade de imigrantes da Somália há anos instalada naquele estado. Ele afirmou que 100% dos empregos gerados em seu governo foram para cidadãos nascidos nos EUA e que 100% dessas vagas foram geradas no setor privado, sem participação ou gastos do governo. —Pela primeira vez os salários estão crescendo mais rápido que a inflação — afirmou. Inflação espreita popularidade Aos 79 anos e em seu segundo mandato, o republicano vem chacoalhando a política dos Estados Unidos com seu estilo agressivo, medidas anti-imigração implacáveis e uma política econômica que ecoa a mensagem de sua primeira presidência, entre 2017 e 2020: cortes de impostos e desregulamentação de mercados. A política comercial, no entanto, é marcadamente diferente, com uma série de tarifas erráticas sobre produtos importados de todo o mundo, que tiveram impacto sobre a inflação e abalaram o comércio global. O governo Trump não conseguiu controlar totalmente o aumento dos preços, atualmente em torno de 2,75% em relação ao ano anterior, embora ele insista em ressaltar que, durante a presidência anterior do democrata Joe Biden, a inflação chegou a quase 9%. A recuperação econômica está "dando a volta por cima" após um ano de "incerteza", declarou John Williams, membro do Federal Reserve (Fed, banco central), esta semana, corroborando com a ideia de que a inflação está desacelerando nos EUA. Mas o nervosismo cresce entre os republicanos sobre o efeito dos preços nas eleições de meio de mandato para o Parlamento, em novembro de 2026. O bilionário Trump vangloria-se de uma nova "Era de Ouro" nos Estados Unidos, enquanto os democratas ainda tentam buscar um rumo após a derrota de Kamala Harris para ele, no ano passado. As pesquisas mostram que a polarização ainda molda a vida política do país: a grande maioria dos eleitores republicanos votaria novamente no magnata. Fissuras entre republicanos Os americanos estão, em geral, satisfeitos com a política externa, mas há fissuras dentro do próprio campo republicano. O vice-presidente J.D. Vance — que está se tornando rapidamente o porta-voz de Trump sobre o assunto, enquanto considera sua própria candidatura à presidência em 2028 — pediu paciência aos eleitores em um discurso na terça-feira. — Roma não foi construída em um dia — disse Vance na Pensilvânia, um estado crucial da classe trabalhadora que não tem uma tendência política definida.