O Nido existe há sete anos, no finalzinho da Av. General San Martin, no Leblon. É um dos melhores restaurantes italianos que temos por aqui — e também um dos mais discretos. Quem comanda é o chef o italiano Rudy Bovo (já ouviu falar?), que serve uma cozinha fina do Veneto, delicada, com massas frescas e leves. E quando esquenta e chega a temporada das trufas, Bovo tem lá suas conexões com o Piemonte e os “tartufi bianchi” são ralados sem parcimônia pelas mesas de comensais de “PIB” nas alturas. É uma casa de superlativos, em muitos aspectos. Melhor restaurante italiano do mundo fora da Itália fica no Rio de Janeiro; saiba qual Ceias de fim de ano por encomenda no Rio de Janeiro: mais de 30 opções para uma mesa saborosa sem trabalho Funciona em um imóvel espaçoso, de dois andares, com muitos salões e mesas variadas — ovais, retangulares, para poucos, para muitos —, todas com toalhas e guardanapos alvos. Tipo classicão. Conversa-se baixinho e ouve-se uma bela trilha musical ao fundo, assinada pelo freguês Ed Motta (fez para os dois turnos e para o fim de semana). E tem decibéis civilizados — que beleza, diria o tio de Ed. Com tantos predicados, não tenho registro de prêmios em rankings internacionais, locais ou mesmo Michelin. Transita em outras rodas. O Nido, se poucos escreveram ou disseram até então, é um italiano excepcional. Daqueles restaurantes que vão bem da largada até o café, um expresso bem tirado. No couvert, polpetas, caponata de berinjela, salada de atum com feijão-branco e pães e torradas fininhas, grissini, pizza branca (R$ 86). Se bobear, acabou o almoço. Para emendar, gosto dos carpaccios do mar, fazem vários: o de polvo chega fininho com creme de azeitonas e pomodoro por cima (R$ 119), e o crudita di mare traz salmão, atum e peixe branco translúcidos, esparramados num mesmo prato (R$ 99). Quase um mergulho. Amplo. O salão do Nido Divulgação/Rodrigo Azevedo As massas do chef costumam ser recheadas, provei o ravióli de cordeiro cacio pepe (R$ 120), delícia. Dos risotos, o de pato desfiado combinado com pera caramelada (R$ 118) e o de mascarpone com presunto de parma e trufas de verão (menos saborosa, R$ 133). Polentas? Das quatro, a de ragu de linguiça toscana é das boas, mas dá suadouro (R$ 109). Sugiro a de taleggio, perfeita (R$ 102). Bovo é chef que transita pelo salão, ouve o cliente e adapta o prato se for o caso (sempre sinto falta de verduras e legumes nos acompanhamentos). Outro traço que me chama a atenção: gosta de fazer os doces. E faz bem. Pode parecer bobagem, mas não é: o Boni (José Bonifácio Sobrinho) frequenta o Nido, tem até uma mesa dele por lá. Há quase três décadas aqui resenhando restaurantes, aprendi: isso é uma baita chancela. Nido: Cinco garfinhos (excelente) Av. General San Martin 1.011, Leblon (2259-7696). Seg, das 19h às 23h. Ter a qui, das 12h às 16h e das 19h às 23h. Sex e sáb, das 12h à meia-noite. Dom, das 12h às 22h. Initial plugin text Initial plugin text