Atriz conhecida por trabalhos como “Malhação” e “Beleza Pura”, Renata Mór surgiu recentemente em “Dona de mim” como ela mesma. Campeã pan-americana de kickboxing, ela entrou no núcleo dos lutadores e se aproximou de Bárbara (Giovana Cordeiro): Entrevista: com 70 anos, Raul Gazolla fala da volta aos palcos e lembra ajuda da enteada durante crise financeira E mais: Dani Gondim fala do diagnóstico de um câncer meses após estrelar filme da Globo em que interpretou paciente com a doença: 'Já sabia todo o processo' — O convite para a novela foi a realização de um sonho, porque eu não esperava mais voltar a trabalhar na televisão. Queria muito, mas achava que era uma coisa que já tinha passado. Em 2024, antes de a novela começar, a autora Rosane Svartman decidiu que a trama teria um núcleo de kickboxing. Me indicaram para ela, dizendo "Se você vai escrever sobre kickboxing, é legal conhecer a Renata, que tem uma história legal na luta". Nós conversamos, contei minha história, como saí do universo da TV para a luta, me tornando campeã depois dos 40 anos. Ela ficou encantada, inspirada, e começou a escrever a novela. Renata revela que inicialmente a ideia da autora era que Filipa (Claudia Abreu) se tornasse lutadora na história: — Inicialmente, a personagem seria inspirada na minha história, uma atriz que, depois de uma certa idade, migraria para a luta. Fiquei encantada com a possibilidade de falar sobre essa superação, sobre se reinventar mais velha. Comecei a me envolver com o projeto ainda no papel. Os roteiristas iam à minha academia, conversavam comigo. Quando começaram a escrever as cenas de luta, pediam minha orientação. A novela tomou outros rumos, mas eu participei de outras formas. Atriz desde a infância, Renata entrou na Oficina de Atores da Globo em 1995 e, no ano seguinte, foi escalada para “Malhação”, onde ficou por três temporadas. Depois da novela, ela fez trabalhos como “Bambuluá”, “Zorra Total” e “Os Normais”: — Com o tempo, os trabalhos foram diminuindo. Reabri a minha faculdade de Jornalismo, que tinha trancado na época de “Malhação”, pensando em continuar na televisão por essa via. Estagiei na Record, fui contratada e trabalhei no jornalismo, chegando a apresentar um programa esportivo. Mas essa parte do entretenimento lá também foi ficando de lado, e acabei ficando sem contrato. TV e famosos: se inscreva no canal da coluna Play no WhatsApp Atualmente com 50 anos, ela diz que aos 35, sem trabalho e se separando do pai de sua filha, enfrentou um período turbulento: — Eu já tinha um problema sério com abuso de álcool, vindo desse universo da boemia, e nesse buraco, a bebida se tornou mais forte. Não fui diagnosticada com depressão, mas sei que fiquei num período muito ruim por uns dois anos. Ela comenta que chegou um momento em que percebeu que precisava sair daquela situação: — A beleza, que sempre me abriu portas, estava se perdendo por causa da bebida. A primeira coisa que pensei foi emagrecer para tentar voltar a trabalhar com minha imagem. Fui parar em uma academia de kickboxing, que era novidade na época e emagrecia rápido. E isso me salvou. Comecei a treinar, me apaixonei pelo esporte e comecei a levar jeito. Minha vida foi mudando. Para treinar cada vez melhor, não dava mais para beber. Troquei um vício pelo outro. Fiquei viciada na sensação do treino, da superação, de estar evoluindo. Eu nunca fui dos esportes, era das artes, e me surpreendi. Não me considerava uma pessoa forte ou resistente, mas fui aprendendo na marra, me forjando na pancada a ser mais forte, resiliente. A luta me deu uma casca. Meu corpo, meu espírito e minha mentalidade se fortaleceram. Descobri uma potência dentro de mim que não sabia que tinha. A decisão de começar a competir veio quando já tinha quase 40: — Comecei a ganhar tudo. No primeiro ano de competição, já era a primeira do ranking, campeã em tudo. Foi outra redescoberta, eu como atleta, algo que jamais esperei. Isso me levou a montar minha academia em Copacabana, que passou a ser uma missão, levar essa transformação para a vida de outras pessoas, especialmente mulheres que se sentiam velhas ou fora de forma. Acabei virando um exemplo. Eu não participo de competição há mais ou menos uns dois anos, mas ainda não tive coragem de assumir a aposentadoria. Sinto que preciso de mais uma competição para encerrar de forma simbólica. Galerias Relacionadas Initial plugin text