Pão francês, banana e arroz registraram as maiores altas em novembro na pesquisa do Observatório PUC-Campinas que afere o custo da cesta básica em Campinas (SP) Reprodução O valor da cesta básica em Campinas (SP) foi na contramão das grandes cidades brasileiras e apresentou alta em novembro, segundo pesquisa do Observatório PUC-Campinas. Enquanto o custo dos alimentos na metrópole teve alta de 0,41% no período, em 15 das 16 capitais monitoradas pelo Dieese o movimento foi de redução; em Porto Alegre (RS), por exemplo, caiu 4,1% - veja comparativo abaixo. O economista Pedro de Miranda Costa, da PUC-Campinas, explica que alimentos costumam ser muito sensíveis a questões da oferta, quando variações, para mais ou para menos, impactam nos preços. No entanto, isso não foi registrado entre os itens que impulsionaram a alta. Uma avaliação possível, considerando o cenário ao longo do ano, no entanto, mostra que Campinas pode se apresentar como um mercado "mais tolerante" aos aumentos. "Até abril deste ano, tivemos um momento acelerado de crescimento em várias cidades, e Campinas foi mais intenso. No momento de queda, até que foi igual, mas não reduziu essa diferença. E agora parace que a cidade é um pouco mais tolerante a esse aumento", diz. Veja os vídeos que estão em alta no g1 O valor da cesta Com o aumento de 0,41% no mês, a cesta básica em Campinas fechou novembro em R$ 781,00, com a segunda alta consecutiva. Percentualmente, Campinas destoou na comparação com as 16 capitais monitoradas pelo Dieese - a pesquisa do Observatório PUC-Campinas utiliza os mesmos critérios. No comparativo do valor total, a cesta na metrópole do interior paulista aparece como a quinta mais cara, atrás de: São Paulo (SP): R$ 841,23 Florianópolis (SC): R$ 800,68 Porto Alegre (RS): R$ 789,77 Rio de Janeiro (RJ): R$ 783,96 Campinas (SP): R$ 781,00 Cesta x salário mínimo A pesquisa também compara o custo dos alimentos com o salário mínimo. Considerando o valor de R$ 1.518, a cesta básica em Campinas compromete 51,4% do valor. Baixe o app do g1 para ver notícias da região de Campinas em tempo real e de graça Como a avaliação da cesta leva em conta o necessário para alimentar um trabalhador por um mês, ao considerar uma família de quatro pessoas, sendo dois adultos e duas crianças, a pesquisa aponta que o necessário seria três cestas básicas. Nesse caso, o custo somente com alimentação seria de R$ 2.343,01. Variação dos itens Segundo a pesquisa, dos 13 itens analisados, sete tiveram alta, sendo que o pão francês (10,28%), a banana (7,89%) e o arroz (6,13%) registraram os aumentos mais expressivos. O preço médio do pão francês nos supermercados de Campinas ficou em R$ 17,94 o quilo. Já a banana, chegou a R$ 8,83. Na pesquisa, o valor do pacote de 5kg de arroz teve valor médio de R$ 27,15 - no mês anterior, era de R$ 25,58. Por outro lado, batata e tomate tiveram grandes reduções em novembro - veja gráfico abaixo. Histórico de Versõeseseseses A cesta pesquisada Segundo a PUC, são aferidos valores de 13 produtos alimentícios e suas quantidades, os mesmos definidos em decreto lei em 1938. Na ocasião, a justificativa era que tais produtos garantiriam, no período de um mês, uma boa qualidade de vida para um trabalhador adulto. A avaliação do Dieese respeita os hábitos alimentares locais e, por isso, o Observatório PUC analisou as quantidades previstas nas avaliações da região Sudeste do Brasil. São eles: Açúcar: 3 kg Arroz: 3 kg Café: 600g Farinha: 1,5 kg Feijão: 4,5 kg Leite: 7,5 litros Manteiga: 750g Óleo: 750ml Banana: 90 unidades Batata: 6 kg Carne: 6 kg Pão francês: 6 kg Tomate: 9 kg A pesquisa O Observatório PUC-Campinas passou a monitorar os valores da cesta básica em Campinas desde setembro de 2022 e os dados são divulgados mensalmente. A metodologia é a mesma utilizada pelo Dieese. Para chegar ao valor da cesta básica em Campinas, os pesquisadores apuraram os custos dos produtos em 28 estabelecimentos, todos em supermercados em bairros ao redor do perímetro do centro da cidade. As pesquisas são realizadas entre a segunda e terceira semana do mês, sempre no mesmo dia, para não haver influência sobre promoções em diferentes estabelecimentos. VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região Veja mais notícias da região na página do g1 Campinas.