Alvo de uma operação da Polícia Federal, o senador Weverton Rocha (MA) é um dos vice-líderes do governo no Senado e um nome de confiança do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP). O parlamentar foi escolhido, por exemplo, para relatar a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Operação Sem Desconto: Senador Weverton Rocha, número 2 da Previdência e filho do 'Careca do INSS' são alvos de operação da PF Leia mais: Aliado de Alcolumbre, senador Weverton se reuniu com Careca do INSS em 'costelão' e para tratar de cannabis Weverton também relata a nova Lei de Crimes de Responsabilidade, uma legislação do impeachment revisada, que traz novas regras sobre a apresentação de uma denúncia para iniciar um processo contra um ministro do STF e outras autoridades. A discussão sobre a mudança ganhou força num movimento de reação à decisão liminar do ministro Gilmar Mendes que restringia a possibilidade de deposição de integrantes da Corte. Gilmar mais tarde recuou, num acordo tático com Alcolumbre e o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O parlamentar alvo de buscas nesta quinta está no fim do seu primeiro mandato como senador, após ter sido em 2018 para o cargo. Antes, havia sido deputado federal por oito anos, quando também exerceu o cargo de líder do PDT na Câmara. O nome de Weverton foi um dos primeiros a surgir por suposto envolvimento nas fraudes do INSS. Ele admitiu ter se reunido ao menos duas vezes com o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS". Os dois se reuniram no Senado e estiveram juntos na casa do parlamentar em Brasília durante um "costelão" (churrasco de costela). Os encontros foram confirmados por pessoas próximas a Weverton e pela própria assessoria do parlamentar. "Conheci Antônio Carlos Camilo Antunes em um costelão na minha casa, para a qual ele foi levado por um convidado. Na ocasião, ele se apresentou como empresário do setor farmacêutico", disse Weverton em nota enviada ao GLOBO. Devido à sua influência no Congresso, ele foi convidado para integrar a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que foi à China no início do ano. No governo de Dilma Rousseff, foi assessor de Carlos Lupi no Ministério do Trabalho. Na época, o ministro deixou a pasta após suspeitas de desvios de recursos. Ele nega ter cometido irregularidades.