Gil Gerard, astro de “Buck Rogers”, morre aos 82 anos

Gil Gerard, ator mais conhecido por seu papel como Buck Rogers na série de ficção científica “Buck Rogers no Século 25”, morreu na terça-feira em cuidados paliativos, na Geórgia. Ele tinha 82 anos.A morte, causada por câncer, foi anunciada em uma publicação nas redes sociais por sua esposa, Janet Gerard. De Preta Gil a Lô Borges e David Lynch: as mortes de famosos que marcaram 2025 Roubado por nazistas: um livro de orações judaico do século XV pode ser leiloado por US$ 5 milhões Gilbert Cyril Gerard nasceu em 23 de janeiro de 1943, em Little Rock, no Arkansas. Ele estudou na Universidade Central do Arkansas, onde integrou um grupo de canto e atuou e dirigiu peças de teatro. Ele trabalhou mais tarde como químico industrial no Arkansas, realizando estudos sobre a indústria do petróleo. “Mas eu simplesmente ficava meio entediado”, disse ao Tulsa World em 2017. “Era tipo: isso é ok, mas não é algo que eu queira estar fazendo quando tiver 70 anos.” No fim dos anos 1960, Gerard decidiu largar o emprego e se mudar para Nova York, onde dirigia um táxi, trabalhando turnos noturnos de 12 horas enquanto frequentava uma escola de atuação. Ele começou a carreira no show business como modelo e atuando em comerciais de televisão — mais de 400, segundo ele próprio — antes de conseguir papéis em novelas, incluindo “The Doctors”, e em filmes como “Airport ’77”, no qual interpretou um interesse amoroso. No fim dos anos 1970, Gerard foi convidado para interpretar William “Buck” Rogers, personagem baseado em uma tira em quadrinhos que começou a ser publicada em jornais em 1929 e que depois foi adaptada para o rádio e o cinema. A princípio, ele não se interessou. “Eu não quero fazer essas coisas cafonas”, lembrou ter pensado em uma entrevista de 2018. “Vi o que isso fez com a carreira do Adam West em ‘Batman’, e esse era outro personagem de desenho animado.” Depois de recusar o papel duas vezes, seu agente pediu que ao menos lesse o roteiro antes de desistir do projeto. “Então eu li e disse: ‘Bom, sim, eu gosto do personagem’”, contou. “Tem um bom senso de humor. É meio divertido.” Gerard aceitou o projeto, um filme que mais tarde se tornaria o piloto de “Buck Rogers no Século 25”, exibida pela NBC por duas temporadas, de 1979 a 1981. A série, criada na esteira do sucesso de “Star Wars”, se passa no ano de 2491 e acompanha Buck Rogers, um piloto lançado ao espaço na última sonda de exploração profunda dos Estados Unidos, que acaba congelado no tempo por 500 anos. Ao despertar, ele descobre que a Terra passou por um holocausto nuclear e é habitada por humanos, alienígenas exóticos e robôs. Buck atua como uma espécie de solucionador de problemas freelancer, combatendo vilões e compartilhando o melhor da cultura dos anos 1970 — incluindo a disco — com o resto da galáxia. “Achei que o personagem tinha um senso de realidade”, disse Gerard em 2017. “Ele não era um cara engessado. Era alguém que resolvia problemas na hora e não era um super-herói.” Apesar de ter durado apenas duas temporadas, a série foi bem recebida pelo público e, por anos, foi lembrada com carinho pelos fãs. Gerard depois produziu o musical da Broadway “Amen Corner”, de 1983, adaptado de uma peça de 1954 de James Baldwin, e continuou atuando. Nos anos 1990, teve papéis na série da CBS “E.A.R.T.H. Force” e na novela da NBC “Days of Our Lives”. Em 2007, apareceu em um documentário do Discovery Health Channel, “Action Hero Makeover”, que acompanhou sua decisão de fazer uma cirurgia de redução do estômago após anos lutando contra a obesidade. Falando em 2018, Gerard disse que o que mais gostava em fazer filmes era a forma como isso reunia grupos de pessoas. “Quando você está em um set de filmagem, existe uma energia muito grande ali, porque tudo está voltado para concluir o trabalho do dia”, afirmou. “Fazer o melhor trabalho possível.” Além da esposa, Gerard deixa o filho, Gib, fruto de seu primeiro casamento, com a atriz Connie Sellecca. Ao anunciar a morte, Janet Gerard também publicou uma nota que Gil Gerard havia escrito recentemente nas redes sociais. “Se você está lendo isto, então a Janet postou como eu pedi”, dizia o texto. “Minha vida foi uma jornada incrível. As oportunidades que tive, as pessoas que conheci e o amor que dei e recebi tornaram meus 82 anos neste planeta profundamente satisfatórios.” “Não desperdice seu tempo com nada que não te entusiasme ou te traga amor”, acrescentou. “Nos vemos em algum lugar do cosmos.”