Nos últimos anos, celebridades como Oprah Winfrey, Amy Schumer, Serena Williams e Tracy Morgan passaram a falar publicamente sobre o uso de medicamentos da classe dos GLP-1 para controle do peso. No Brasil, artistas e influenciadores também comentaram sobre as "canetas emagrecedoras" em entrevistas e redes sociais. Esses relatos ajudaram a aumentar o interesse do público e levaram o tema para além do universo do entretenimento, chegando a discussões sobre acesso, segurança e regulamentação no país. Confira: Canetas para emagrecer viram febre entre famosos, mas especialistas fazem alerta importante Veja: As celebridades que mais surpreenderam com transformações usando canetas de emagrecimento em 2025 Com a alta procura, o debate se expandiu para os impactos sobre pacientes que precisam de tratamentos individualizados sob prescrição médica. A possibilidade de restrições à manipulação desses medicamentos em farmácias especializadas passou a ser acompanhada de perto por profissionais de saúde, pacientes e representantes do setor. Ao comentar o assunto, a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) ressalta que limitações amplas na manipulação podem afetar diretamente quem depende desse modelo de tratamento. "Na prática, o impacto pode ser direto e bastante duro para os pacientes. Muitos dependem da manipulação justamente porque precisam de doses individualizadas, acompanhamento médico próximo e um tratamento financeiramente acessível", afirma ao GLOBO. Segundo a parlamentar, mesmo diante de uma eventual limitação, a demanda por medicamentos para controle do peso não desapareceria, o que poderia levar pacientes a buscar alternativas fora dos canais regulamentados. "Se a manipulação for restringida, essas pessoas podem enfrentar descontinuidade terapêutica, aumento expressivo de custos e, em alguns casos, simplesmente ficar sem o medicamento. O mais grave é que a demanda não desaparece. Ela migra para caminhos inseguros, como o mercado ilegal", diz. A senadora também destaca que a legislação brasileira permite a manipulação de medicamentos sob prescrição médica individualizada, desde que observadas normas rigorosas de qualidade, rastreabilidade e controle sanitário. Para ela, o foco do debate deveria estar no fortalecimento da fiscalização. "O caminho responsável é fortalecer a fiscalização, não proibir. O Brasil já tem legislação clara, normas sanitárias robustas e uma agência técnica altamente capacitada, que é a Anvisa", declara. Outro ponto levantado foi o risco de desabastecimento em meio à crescente procura. De acordo com Soraya, há relatos de limitações na produção da versão industrializada, o que poderia agravar o acesso caso a manipulação fosse limitada. "A restrição não eliminaria a procura pelo medicamento. O efeito prático seria empurrar pacientes para o mercado ilegal, ampliando riscos à saúde pública, e não protegendo", observa. Ao final, a parlamentar reforça que decisões que impactam pacientes e o mercado devem se basear em critérios técnicos e no interesse público. "A saúde do paciente precisa estar acima de interesses econômicos ou pressões de mercado. Esse é o compromisso que levo comigo nesse debate", conclui. Senadora Soraya Thronicke comenta impactos de possíveis restrições ao uso de medicamentos para emagrecimento no Brasil Reprodução Instagram