Quando a inflação chegará à meta, segundo o Banco Central

A inflação ficou bem melhor do que o próprio Banco Central esperava nos últimos três meses, mostrou o relatório de política monetária divulgado na manhã desta quinta-feira. O crescimento de preços observado entre setembro e novembro ficou em 0,75% e o BC esperava 1,07%. “A maior parte da surpresa se deve à variação abaixo da esperada nos preços da alimentação no domicílio, em especial entre os alimentos in natura e semielaborados, categorias com volatilidade de preços mais elevada. Ainda entre os preços livres, também houve surpresas para baixo em bens industriais e no componente subjacente de serviços, ainda que de menor magnitude”, destaca o documento, que também relaciona o movimento com a valorização da taxa de câmbio. Segundo a autoridade, as surpresas em bens industriais foram relativamente disseminadas, com contribuição relevante da queda de preços em produtos eletroeletrônicos. Maior preocupação do BC para o futuro, a inflação de serviços também surpreendeu para baixo no período mais recente, mas por uma questão muito específica: “a forte variação negativa no subitem seguro voluntário de veículos e por variação abaixo do padrão sazonal em serviços bancários”. O relatório de política monetária é o documento mais completo do BC que analisa o cenário de inflação e os elementos que a estão impactando. Também mostra as estimativas para o comportamento do PIB (que, para o BC, crescerá 2,3% neste ano e 1,6% no ano que vem) e sua relação com a capacidade de crescimento do país. Nessa edição de dezembro, o documento mostra que o IPCA deve cravar o centro da meta de inflação só em 2028, mas ficará rodando próximo da meta, entre 3,2% e 3,1% ao longo de 2027, o primeiro ano do próximo governo.