Estado deve assumir gestão de lixão que desabou em Padre Bernardo, determina Justiça O estado de Goiás deve assumir a gestão do lixão que desabou em Padre Bernardo, no Entorno do Distrito Federal, após determinação da Justiça. A Vara Federal de Luziânia atendeu o pedido de liminar do Ministério Público de Goiás (MPGO) e do Ministério Público Federal (MPF). O objetivo é a implementação imediata de medidas emergenciais no Aterro Sanitário Ouro Verde. O local já passou por três desmoronamentos ao longo dos últimos meses. Segundo apurado pela TV Anhanguera, a Justiça Federal determinou que a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) apresente em três dias um Plano Emergencial de Contingência. Deve ser apresentado pela pasta um diagnóstico atualizado dos problemas, o mapeamento de riscos, as estratégias para evitar novos deslizamentos e o colapso das lagoas de chorume, além de um cronograma de ações. ✅ Clique aqui e siga o perfil do g1 Goiás no WhatsApp Ao g1, a Semad informou que “não é correto aplicar recursos do Tesouro na resolução de problemas que foram causados por uma empresa privada naquele lixão”. O estado afirmou ainda que irá recorrer da decisão (leia a nota na íntegra ao final do texto). “A Semad está presente no local desde o dia seguinte ao deslizamento do maciço e acompanha de perto a execução de medidas que visam reduzir o impacto sobre o meio ambiente, como a estabilização da pilha e a medição da qualidade da água do córrego Santa Bárbara, que foi contaminado”, completou a secretaria. Imagem aérea mostra pilha de lixo que desabou em Padre Bernardo Divulgação/Semad LEIA TAMBÉM: Terceiro desmoronamento em lixão volta a contaminar córrego, em Padre Bernardo VÍDEO: Lixão desaba em área de preservação permanente em Goiás MULTA: Empresa responsável por lixão que desabou e contaminou rio é multada em R$ 37,5 milhões Desastre ambiental Transposição do córrego Santa Bárbara Divulgação/Semad O lixão desabou em uma área de preservação permanente em Padre Bernardo, no dia 18 de junho de 2025. Na época, a coordenadora da Área de Meio Ambiente do Ministério Público de Goiás (MP-GO), Daniela Haun Serafim, afirmou que o local não havia apresentado estudos ambientais que permitissem a sua atuação adequada como aterro. Após o deslizamento, a Ouro Verde, empresa responsável pelo local, lamentou o ocorrido e alegou estar comprometida com a mitigação dos danos ambientais e com a preservação da área afetada. Pouco menos de um mês depois do incidente, em que 42 mil metros cúbicos de lixo desabaram, a Semad multou a empresa em R$ 37,5 milhões. No início de novembro, cinco meses após o primeiro desmoronamento, o lixão teve um segundo deslizamento. Dessa vez, não atingiu o curso d'água do córrego Santa Bárbara, que já havia sido contaminado. Segundo a Semad, a estimativa é de que cerca de 3 mil das 250 mil toneladas desse maciço tenham deslizado. Na madrugada do dia 25 de novembro, um terceiro deslizamento no lixão voltou a contaminar o córrego. Leia a nota da Semad na íntegra A propósito do pedido feito pelo Ministério Público à Justiça para que o Estado seja obrigado a custear a mitigação de danos ambientais causados pelo que ocorreu no lixão da empresa Ouro Verde, em Padre Bernardo, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável pontua o que se segue: - A Semad entende que não é correto aplicar recursos do Tesouro na resolução de problemas que foram causados por uma empresa privada naquele lixão. - Quem tem a obrigação de lidar com os danos ambientais decorrentes do desmoronamento de lixo no dia 18 de junho de 2025 é a empresa dona do empreendimento, e ela está honrando o que foi combinado no Termo de Ajuste de Conduta (TAC) assinado no dia 11 de julho - em que pesem as dificuldades causadas pelo período chuvoso. - A propósito, quando a Semad propôs o TAC emergencial à Ouro Verde, o MP se esquivou e não quis assiná-lo. - A Semad está presente no local desde o dia seguinte ao deslizamento do maciço e acompanha de perto a execução de medidas que visam reduzir o impacto sobre o meio ambiente, como a estabilização da pilha e a medição da qualidade da água do córrego Santa Bárbara, que foi contaminado. - A secretaria, por fim, questiona se não seria mais adequado se o MP acionasse o Judiciário, que, com uma série de decisões liminares, permitiu que a operação daquele lixão se perpetuasse ao longo dos anos, apesar das tentativas da Semad de fechá-lo. - O Estado vai recorrer. Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Veja outras notícias da região no g1 Goiás. VÍDEOS: últimas notícias de Goiás