Centro de São Paulo: em busca do tempo perdido

Por décadas, as luminárias de estilo clássico eram apenas um sinal dos tempos elegantes do centro de São Paulo. Época da loja Ducal, dos ternos bem cortados, do chapéu como regra, e da cidade que ainda se vestia para sair à rua. + Leia mais notícias de Política em Oeste Foram mais de quarenta anos de deterioração. Nesse período, passantes mais aventureiros eram submetidos ao risco de importunações e assaltos. Os aconchegantes cinemas transformaram-se em prédios abandonados. Ver essa foto no Instagram Um post compartilhado por Governo SP (@governosp) Quem ainda circulava pelo belo centro da Paulicéia buscava vestígios desse passado, preservados em prédios históricos, em heroicos restaurantes tradicionais e em construções art déco que resistiram ao tempo. Além de guardar sempre um espaço para a saudade. O jeito, para muitos, era imaginar todo aquele cenário, a partir de resquícios nas esquinas, com a janela do carro fechada. Mas, apesar do desejo, estava cada vez mais difícil vislumbrar novos tempos de convivência e integração das pessoas nas ruas. Depois de muitos anos de desgaste, a política de revitalização da região, segundo o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), já teve início: “Vá ver como está hoje a Praça da Sé, iluminada, com canteiros”, comemora o governador, quase garantindo que quem for ao local à noite não irá se deparar com pessoas abandonadas nas ruas. Um dos projetos apresentados na cerimônia de balanço dos três primeiros anos de sua gestão, nesta quinta-feira, 18, foi justamente a revitalização do centro. O objetivo se apoia em duas vertentes: a transferência do Centro Administrativo para a região (em Campos Elíseos) e o fim da cracolândia. O secretário Especial de Projetos Estratégicos , Guilherme Afif Domingos (PSD), coordena a preparação do Centro Administrativo. O governo alterou a data do leilão da parceria público-privada (PPP), agora marcado para 26 de fevereiro de 2026. “Optamos por fazer um concurso público”, disse Afif a Oeste . Segundo ele, o adiamento ocorreu a pedido dos participantes, para que pudessem conhecer melhor o projeto. “Então, finalmente, batemos o martelo. Vamos fazer a licitação e, ainda neste ano, começa o processo de desapropriações, para que a obra tenha início em 2027.” Afif avalia que, tanto do ponto de vista econômico quanto da segurança pública, o que acontece no centro reverbera por toda a capital paulista e regiões do entorno. “A segurança é uma reclamação da cidade inteira”, prossegue o secretário. “Existe um ressentimento da população pelo abandono do centro. Todo downtown , o centro das grandes cidades do mundo, é o lugar para onde as pessoas vão. Temos um centro maravilhoso, com construções lindas, que acabou se degradando e se transformando na cracolândia. Agora já vemos uma reversão em curso. O investimento do Estado demonstra que o projeto é para valer.” Centro de São Paulo e o futuro O governador Tarcísio afirmou que o objetivo não é apenas contratar uma empresa, mas estabelecer uma parceria de longo prazo. “Queremos uma empresa preparada para entrar conosco numa jornada de transformação. E acreditamos nessa transformação.” Tarcísio relacionou a revitalização do centro a uma estratégia integrada, sustentada por evidências e experiências internacionais. “A literatura mostra isso de forma clara: quem enfrentou cenas abertas de uso de drogas atuou de maneira integrada, com políticas de assistência, saúde, segurança e habitação. Mas, em geral, isso só se consolida quando vem acompanhado de investimento econômico e urbano.” Leia mais: "Tarcísio lidera com folga disputa pelo governo de SP, indica Paraná Pesquisas" É nesse contexto que o Centro Administrativo assume papel central. “Ele tem exatamente essa finalidade”, explicou. “Quando levo o Estado para um local que estava abandonado, estou dizendo claramente: eu me importo com esse lugar. E isso acelera o processo de revitalização.” Do ponto de vista econômico e da gestão pública, o governador destacou ainda a racionalização da estrutura administrativa do Estado. “Hoje, a administração está fragmentada, espalhada por muitos prédios”, afirmou. “Ocupamos mais de 800 mil metros quadrados, quando precisaríamos de pouco mais de 220 a 240 mil metros quadrados. O projeto racionaliza essa estrutura.” O post Centro de São Paulo: em busca do tempo perdido apareceu primeiro em Revista Oeste .