Malafaia acusa Flávio Bolsonaro de explorar a fragilidade do pai e rachar o bolsonarismo

Amores, Silas Malafaia resolveu sair do sussurro e falar no modo alto-falante. Disse, sem rodeio, que Flávio Bolsonaro se aproveitou do momento de maior fragilidade emocional de Jair Bolsonaro, preso, para arrancar do pai o aval a uma candidatura presidencial que, na visão dele, não se sustenta de pé. Para o pastor, a decisão foi politicamente irresponsável, mal articulada e tomada no isolamento. Flávio teria ignorado o próprio partido, desprezado lideranças do centro e preferido anunciar tudo diretamente nas redes sociais. Um movimento que, segundo Malafaia, não é estratégia, é impulso, as informações são da minha amiga “best” , Mônica Bergamo. O líder evangélico vai além e coloca o dedo na ferida. Flávio não teria musculatura política para disputar o Planalto. A direita, diz ele, não vence eleição nacional fechada na bolha ideológica. Sem alianças, sem diálogo e sem cálculo, o resultado é previsível. Malafaia também critica o que chama de radicalismo burro, aquele que age por paixão, grita muito e constrói pouco. Para ele, esse comportamento afasta aliados, amplia rejeições e entrega vantagem ao adversário antes mesmo da largada. O influenciador Pablo Marçal declarou apoio à pré-candidatura de Flávio Bolsonaro. Foto: reprodução/redes sociais No meio do incêndio, o pastor aponta uma rota alternativa. Tarcísio de Freitas surge como o nome mais viável da direita hoje, justamente por ter trânsito político fora do bolsonarismo raiz. Michelle Bolsonaro aparece como opção para a vice, não como cabeça da chapa. Malafaia faz questão de dizer que não se trata de ataque pessoal. Afirma ter votado em Flávio para o Senado e repetir o gesto, mas descarta apoio a uma candidatura presidencial. Segundo ele, são disputas diferentes, com exigências diferentes. Os números ajudam a explicar o incômodo. Uma chapa liderada por Flávio carrega alta rejeição e perde para Lula no segundo turno, segundo pesquisas recentes. O anúncio da candidatura, feito sem consulta ao grupo, pegou aliados de surpresa e aprofundou o racha. No fim, o recado de Malafaia é direto. Política não é herança de família nem teste de lealdade. É cálculo, timing e articulação. E, nesse tabuleiro, forçar a jogada pode custar caro.