Esquerda reage à operação da PF contra Sóstenes e Carlos Jordy: 'Toc toc de Natal'

Parlamentares de esquerda utilizaram as redes sociais, na manhã desta sexta-feira, para reagir à operação deflagrada pela Polícia Federal contra os deputados federais Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Carlos Jordy (PL-RJ). Ao todo, os policiais cumprem sete mandados de busca e apreensão em Brasília e no Rio de Janeiro para apurar suspeitas de desvio de cotas parlamentares por meio do aluguel de veículos. Entenda: O que é cota parlamentar, foco de investigação da PF que mira Sóstenes e Jordy Leia também: PF apreende R$ 430 mil em espécie em endereço ligado a deputado Sóstenes Cavalcante A deputada federal Duda Salabert (Psol-MG) definiu Sóstenes como o "líder da bancada da Bíblia", em alusão à influência do parlamentar no segmento evangélico. "Toc, toc, toc de Natal", ironizou a deputada. Initial plugin text A deputada federal Fernanda Melchionna (Psol-RS) destacou o fato dos alvos da operação estarem entre os principais nomes do bolsonarismo no Congresso. "Só gente de bem", escreveu a parlamentar, destacando que Sóstenes é o líder do Partido Liberal (PL) na Câmara dos Deputados. Initial plugin text Já o deputado federal Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ) pediu que a investigação conduzida pela Polícia Federal seja feita "com rigor e sem blindagens". O parlamentar também escreveu que "dinheiro público é coisa séria". Initial plugin text Vice-presidente do PT em Minas Gerais, o vereador de Belo Horizonte Pedro Rousseff destacou que foram encontrados cerca de R$ 400 mil em um endereço ligado a Sóstenes: "impressionante como não falha um", provocou. Initial plugin text 'Perseguição implacável', diz Jordy Nas redes sociais, Jordy afirmou que é alvo de uma "perseguição implacável" e de "pesca probatória". Ao GLOBO, ele acrescentou que "não cabe ao parlamentar fiscalizar a frota ou a estrutura interna da empresa contratada, mas sim contratar o serviço mais eficiente e pelo menor custo, como sempre fiz". Sóstenes foi procurado, mas ainda não se manifestou. — Eu não vou me deixar abalar com isso. Mesmo também fazendo essa covardia com meus pais, que estão sendo alvo de busca e apreensão, dois idosos. Eu não vou abaixar a cabeça. Isso para mim vai ser mais um instrumento de ânimo para enfrentar essa tirania — afirmou Jordy. Entenda a operação A operação denominada "Galho Fraco" foi determinada pelo ministro Flávio Dino, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a PF, "agentes políticos, servidores comissionados e particulares teriam atuado de forma coordenada para o desvio e posterior ocultação de verba pública". A investigação apura os possíveis crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O dinheiro desviado, segundo a investigação, era enviado para empresas de fachada. O grupo, então, promovia a lavagem dos recursos. Os assessores dos dois movimentaram milhões, de acordo com investigadores que participam da operação. PF apreende dinheiro em endereço ligado a Sóstenes PF Um ano antes de fazer essa operação, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão contra assessores dos deputados. A ação da época foi denominada "Rent a Car" em referência ao suposto esquema, no qual uma empresa de locação de veículos era usada para simular contratos de prestação de serviços. Ainda segundo os investigadores, agentes públicos e empresários teriam firmado um "acordo ilícito para o desvio de recursos públicos oriundos de cotas parlamentares" a partir dessa prática.