PF aponta ‘empresa de fachada’ supostamente usada por Sóstenes e Jordy

Nesta sexta-feira, 19, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), levantou o sigilo da decisão que autorizou a operação da Polícia Federal (PF) contra os deputados Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Carlos Jordy (PL-RJ). Conforme Dino, há indícios de que uma empresa de locação de veículos foi usada como empresa de fachada para receber recursos da cota parlamentar de Cavalcante e Jordy. De acordo com o juiz do STF, a empresa Harue Locação de Veículos Ltda. não funcionava mais no endereço comunicado à Receita Federal, o que, segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, caracteriza dissolução irregular. Apesar disso, a locadora continuou recebendo pagamentos reembolsados pela Câmara. A decisão apontou que, entre janeiro de 2020 e abril de 2024, a empresa recebeu pouco mais de R$ 200 mil em reembolsos da cota parlamentar de Jordy e R$ 190 mil de Cavalcante, todos declarados como despesas com locação ou fretamento de veículos. Para a PF, há indícios de que a Harue era controlada, de fato, por assessores parlamentares e familiares, o que é vedado pelas normas internas da Câmara. O Ato da Mesa nº 102, de 2019, proíbe o reembolso de despesas quando o serviço é prestado por empresa ligada ao deputado, a parentes ou a servidores do próprio gabinete. O ministro também destacou que a companhia possuía apenas cinco veículos em sua frota, número considerado incompatível com os valores faturados, especialmente quando comparado a outras locadoras que prestam serviços a parlamentares no Rio de Janeiro e mantêm frotas superiores a 20 veículos. + Veja mais em Política Decisão de Dino sobre Sóstenes e Jordy Em virtude desses elementos, Dino afirmou que há indícios de desvio de recursos públicos por meio da cota parlamentar. Dessa forma, ele autorizou buscas e apreensões, além da quebra de sigilo bancário e fiscal dos investigados no período de 2018 a 2024. A investigação apura, em tese, crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O post PF aponta ‘empresa de fachada’ supostamente usada por Sóstenes e Jordy apareceu primeiro em Revista Oeste .