PL acusa PF de perseguição, mas líderes do Centrão admitem existência de indícios de corrupção

O PL está acusando a Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal de perseguição política diante da operação desta sexta-feira (19), mas deputados do Centrão admitem reservadamente que há indícios de desvio de verbas de gabinete parlamentar que precisam ser investigados. "O PL tem razão em reclamar de uma perseguição política contra seus deputados, mas, por outro lado, a operação de hoje da PF traz indícios fortes de desvio de verbas da cota parlamentar. Isso é muito ruim, os deputados do PL precisam cobrar explicações de seus assessores", disse ao blog, de forma reservada, um líder do Centrão. Logo cedo, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, fez ligações para deputados da cúpula da Câmara dos Deputados pedindo uma reação da Casa contra a operação desta sexta-feira que atinge o líder do PL, Sóstenes Cavalcante, e o deputado Carlos Jordy (PL-RJ), além de assessores dos dois parlamentares. Outro líder do Centrão acusa a PF de estar numa estratégia neste final de ano para acuar o Congresso Nacional, mas recomenda de forma reservada o afastamento de assessores suspeitos pelo menos até a conclusão das investigações. No espaço de uma semana, foram realizadas três operações contra parlamentares. No STF e na PF, a resposta a esse tipo de acusação de perseguição política é que as investigações estavam em curso e foram encontrados fortes indícios que demandavam a realização de operações. Segundo investigadores, a PF não pode fechar os olhos para indícios de corrupção, precisa investigar, lembrando que nesta semana a polícia fez uma operação contra um vice-líder do governo no Senado, Weverton Rocha (PDT-MA).