Hérnia inguinal bilateral: entenda a condição que afeta Bolsonaro

Peritos médicos da Polícia Federal concluíram que o ex-presidente Jair Bolsonaro precisa passar por uma cirurgia para o tratamento de uma hérnia inguinal bilateral. O ex-presidente está preso em uma cela especial da Superintendência da PF, em Brasília, desde novembro. No local, ele passou por uma bateria de exames para verificar o que está provocando uma crise frequente de soluços. "Diante do exposto, essa Junta Médica pericial conclui que o periciado JAIR MESSIAS BOLSONARO é portador de hérnia inguinal bilateral que necessita reparo cirúrgico em caráter eletivo", diz o laudo da perícia federal. A hérnia inguinal é um problema de saúde caracterizado por uma protuberância que surge na região da virilha. Isso acontece quando um orifício ou uma fraqueza nos músculos abdominais acabam permitindo que o tecido mole que faz parte do intestino atravesse a região muscular em direção à pele da virilha, formando ali uma saliência. Quando isso ocorre dos dois lados, ela é chamada de bilateral. E pode causar inchaço, dor ou desconforto, especialmente ao fazer esforço, tossir ou ficar muito tempo em pé — embora às vezes seja assintomática. O problema é mais comum em homens, podendo se manifestar em qualquer idade, embora seja mais frequente em recém-nascidos ou idosos. O sintoma mais comum é a protuberância na região da virilha. O diagnóstico é feito por meio de observação do quadro clínico pelo médico especialista. Em casos leves, sem sintomas fortes, o tratamento pode envolver apenas o acompanhamento. Porém, nos mais graves, a intervenção cirúrgica é necessária, como no caso do ex-presidente. Se não tratado, o problema pode provocar quadros de encarceramento ou estrangulamento da hérnia. No caso de encarceramento, há um aumento súbito do volume que impossibilita a recolocação do tecido no local certo, o que pode levar a uma obstrução intestinal. Já no caso de estrangulamento, acontece a interrupção do fluxo de sangue na região, podendo levar à necrose da parte do intestino, um quadro considerado extremamente grave. No caso de Bolsonaro, ainda há o sintoma de soluço que o ex-presidente sente e que o mais afeta. Quando o abdômen já foi muito manipulado, as aderências e as fibroses tornam a região mais rígida e irregular. Isso dificulta a circulação normal do intestino quanto a acomodação do órgão dentro da cavidade, o que pode contribuir para sintomas como soluços persistentes. Como o sistema digestivo funciona como um grande tubo contínuo por todo o organismo, qualquer prejuízo no trânsito intestinal pode gerar reflexos a distância, inclusive na região do diafragma, onde o soluço é desencadeado.