As possíveis conexões entre ministros do STF e o Banco Master são o tema mais comentados pelos leitores do GLOBO na semana de 12 a 18 de dezembro. Nesse período, recebemos cerca de 300 mensagens do público com comentários sobre o noticiário, críticas e sugestões. Desse conjunto, 83 textos foram selecionados para publicação no jornal impresso. A redação analisou os temas que mais apareceram nessas mensagensOs últimos acontecimentos no Congresso, a família Bolsonaro e a prisão do desembargador Macário Júdice Neto foram os assuntos mais mencionados nos textos publicados. Veja o panorama da semana de 12 a 18 de dezembro d Leia alguns trechos das cartas dos leitores publicadas no jornal impresso ao longo da semana O ministro Alexandre de Moraes Brenno Carvalho / Agência O Globo "Se os senadores não tivessem, como se diz na gíria, o “rabo preso” com o STF, já teriam convocado o ministro Dias Toffoli para dar esclarecimentos sobre suas decisões. Sempre monocráticas, para beneficiar ou proteger amigos, aliados ou parceiros do STF, do meio político ou empresarial. Em todas as suas decisões ele estabelece sigilo e segredo de Justiça. A transparência tem que estar sempre evidente em todos os atos da Justiça. É ela que garante a lisura, independência e comprometimento dos juízes com a verdade e a lei. Não basta criar código de condutas para juízes". Por Arnaldo dos S. Silva Junior (Rio) "E aí, ministro Alexandre de Moraes? Cadê aquele xerife pitbull que prende todo mundo? Não vai falar nada depois que a imprensa divulgou o contrato milionário que o escritório da sua esposa tinha para defender Daniel Vorcaro, do Banco Master, perante Banco Central, Receita Federal, Procuradoria-Geral da Fazenda, Ministério Público e inclusive no STF, do qual o senhor é parte integrante? A população quer saber qual o motivo do seu silêncio. Jogou pedra no telhado de todos, mas esqueceu que tinha telhado de vidro? Que decepção, ministro! " Por Marcos Coutinho (Rio) "Quando não existem explicações minimamente plausíveis a serem dadas, o melhor é se ficar calado até que a poeira assente e o assunto seja esquecido. O ministro Alexandre de Moraes é um homem inteligente e sabe perfeitamente disso. Ainda mais que tem a seu favor a nossa fila de escândalos, que é longa e precisa andar rapidamente". Por Ademaro de Lamare Neto (Rio) Congresso Nacional "A composição do Congresso atual merece vários adjetivos. Vamos lá: o pior da História, lixo, vergonhoso, calamitoso, cara de pau, cambada de canalha. A lista é irrestrita! Será que há esperança a curto e médio prazos? Devemos concordar com Pelé, tão criticado quando disse que o povo não sabia votar, pois o número de 300 picaretas da Câmara, ditos por Lula, tomou fermento, não para de crescer, sendo o digníssimo eleitor que os põe lá? "Por Hilton Ferreira Magalhães (Rio) "Enfim o “presidente” da Câmara atingiu o objetivo de ser matéria em todas as mídias. Porém, é triste dizer isso, essa figura deplorável não tem o discernimento suficiente para entender o mal que faz a si próprio e, principalmente, ao Brasil. Lamentavelmente, a família desse arremedo de coronel deve comandar um feudo na Paraíba, o que possibilita a reeleição ad aeternum. Pobre Câmara, pobre Brasil." Por Ernani Alves Braz Filho (Rio) "Ouvi atentamente o discurso de 26 minutos de Glauber Braga na Câmara. Na ressaca azeda dessas noites sombrias da “Casa do Povo”, uma voz se levanta e, do mesmo espaço sórdido, imoral, acintoso e malévolo que envergonha o país, e ainda que como um vagalume na floresta, acende um resquício de esperança e lembra que política pode ser escrita com humanidade, dignidade, elegância e ética. Muito obrigado, Glauber, por essa noite maldormida, mas restauradora de esperança de deixar um país melhor para meus netos e bisnetos." Por Ernani Alves Braz Filho (Rio) Família Bolsonaro "Para coagir a Câmara a pautar votar a dosimetria, Bolsonaro usou sua arma mais poderosa: a candidatura do primogênito. Pena que não vai durar. Prometia muitos momentos de riso e constrangimento: o 01 anunciou sua candidatura irreversível para, no dia seguinte, pô-la no balcão para negócios (depois fingiu tirá-la), disse que faria um governo diferente do pai (como assim?) e ainda afirmou que não apoiá-lo seria ignorância. O senador, advogado e empresário tenta ser um autêntico representante do clã, porém, procurando se desvencilhar da cruz que é ser um Bolsonaro. Entretanto, a dosimetria é uma vitória com sabor amargo, pois deixa explícito o nível de toxidade que o sobrenome Bolsonaro alcançou. Do capitão e de sua prole, o Centrão quer apoio e distância. E para não mudar de discurso três vezes na mesma semana (e não ser traído pelo Senado), a candidatura do ungido vai resistir mais alguns dias. Assim, os investidores já podem respirar aliviados. Intrigante é que, mesmo tendo sucessivos recordes de alta, o mercado não goste de Lula e aposte num governador que nunca disse uma linha relevante sobre como vai resolver o encalacrado problema do desequilíbrio fiscal. E, quando disser onde vai cortar (imagino que um dia vai ter que se expor), pode se preparar para colecionar inimigos no próprio campo da direita." Por Flavius Figueiredo (Barra do Piraí, RJ) "Mais uma derrota de Eduardo “Bananinha” Bolsonaro (no caso da Lei Magnitsky). O clã Bolsonaro afunda cada dia mais um pouco. Num futuro bem próximo, o Brasil estará livre dessa praga." Por Daniel Pereira David Filho (Rio) Desembargador preso "Lendo a notícia de que desembargador envolvido num esquema de corrupção, com participações de políticos, inclusive do agora presidente afastado da Alerj, ganha R$ 125 mil por mês. Daí podemos ter uma ideia do porquê que o nosso sistema judiciário é tão falho, quando não é corrupto, é ineficiente, ou os dois. Além do elevado custo, diria pornográfico, seus membros não valem R$ 0,01 do nosso suado imposto. Essa é apenas uma pequena parte da realidade brasileira. Precisamos de reformas urgentes nos três Poderes. O povo não merece o serviço que recebe, ou melhor, não recebe." Por Juca Serrado (Rio) "A prisão do desembargador federal Macário Ramos Judice Neto, suspeito de vazamento de informações sigilosas, escancara uma ferida profunda do Estado brasileiro. Não se trata apenas de um magistrado investigado, mas do colapso simbólico de uma instituição que deveria ser o último bastião de confiança. Enquanto isso, o Portal da Transparência registra salários que ultrapassam R$ 125 mil mensais. A pergunta que fica não é apenas sobre valores, mas sobre responsabilidade moral. Quando a toga é usada para proteger interesses ou vender informações, a Justiça deixa de ser pilar da República e passa a integrar o problema. O cidadão comum, que paga impostos e vive sob insegurança crescente, assiste a esse espetáculo com perplexidade e descrença. Sem confiança no Judiciário, não há Estado de Direito — apenas aparência dele. São esses fatos que fazem com que a toga perca o peso moral." Por Isabel Avallone (São Paulo, SP)