Acusados de assaltar forte militar na Venezuela são sentenciados à pena máxima

Um tribunal venezuelano sentenciou à pena máxima de 30 anos de prisão 23 pessoas acusadas de participação no assalto a um forte militar em 2017, informou uma ONG que acompanhou o caso nesta sexta-feira. O grupo, formado por civis e três militares dissidentes, atacou o Forte Paramacay, no estado de Carabobo, na região centro-norte do país, em 6 de agosto deste ano. 'Não descarto', diz Trump sobre possível guerra com a Venezuela Ameaça crescente: Oito aviões de guerra dos EUA sobrevoam Caribe próximo à Venezuela Foram subtraídos do local 500 fuzis, além de baionetas, granadas e pistolas. Após enfrentarem os militares que faziam a segurança das instalações durante mais de três horas, dois dos assaltantes foram mortos, oito foram detidos e o restante fugiu com as armas. O grupo era comandado pelo ex-capitão da Força Armada Juan Carlos Caguaripano, que foi capturado pouco depois e consta na lista de condenados. Caguaripano estava no exílio após ser expulso em 2014 da Força Armada por rebelião e traição. Ele já tinha voltado ao país no momento do ataque. "A sentença foi dada em meio a um processo que descumpriu as normas do devido processo em todas as suas partes", denunciou a ONG Justiça, Encontro e Perdão. "A severidade da condenação perde sua legitimidade moral quando não se sustenta em garantias processuais sólidas. Esta sentença não é um evento isolado, se inscreve em um padrão sistemático onde a forma jurídica se mantém apenas como uma fachada", acrescentou. Initial plugin text Do total, 17 já cumpriram oito anos de prisão à espera da sentença. O tribunal revogou um benefício de liberdade condicional contra outros seis que foram sentenciados igualmente à pena máxima. O Ministério Público não respondeu de imediato a um pedido de comentários da AFP. Organizações de defesa dos direitos humanos denunciam com frequência violações do processo judicial nos casos políticos na Venezuela. A ONG especializada Foro Penal contabiliza 902 "presos políticos" no país, incluindo 174 militares.