Viaturas na garagem da Transwolff na Zona Sul da capital paulista em 2024 Reprodução/TV Globo A Justiça de São Paulo proferiu duas decisões distintas nesta sexta-feira (19) envolvendo a empresa de ônibus Transwolff. Em uma delas, a Vara de Crimes Tributários e Organizações Criminosas determinou a suspensão das atividades da Transwolff Transportes, investigada por organização criminosa. A decisão mantém o afastamento dos réus da gestão da companhia e autoriza a Prefeitura de São Paulo a vender antecipadamente imóveis e veículos apreendidos. Segundo o juiz Thiago Machado, a medida é necessária para evitar a rearticulação do grupo, mesmo após a prefeitura ter decretado o fim do contrato com a empresa. O magistrado afirmou ainda que a decisão não afeta a prestação do serviço de transporte. Já em outro processo, o juiz Rodolfo Campos, da Vara da Fazenda Pública, suspendeu o encerramento do contrato entre a prefeitura e a Transwolff. Ele considerou que o município não seguiu os trâmites do processo administrativo. Sobre essa decisão da Vara da Fazenda Pública, a Prefeitura de São Paulo informou que não foi ouvida no processo e que vai recorrer. Em relação à decisão da Vara de Crimes Tributários e Organizações Criminosas, a prefeitura disse que ainda está analisando o caso. O que diz a prefeitura "A Procuradoria Geral do Município de São Paulo (PGM) informa que apresentará recurso para restabelecer os efeitos do decreto municipal. A decisão judicial foi tomada sem que o Município tivesse sido ouvido, o que impediu a Prefeitura de apresentar informações e documentos importantes para a elucidação dos fatos e avaliação correta do interesse público pelo Judiciário. A PGM reforça que o decreto de caducidade é legal e foi adotado após um processo administrativo regular. Vale lembrar que o processo de intervenção e caducidade na empresa Transwolff Transportes foi determinada por ordem judicial em razão do envolvimento dos sócios com o crime organizado". Prefeitura de SP rompe contrato com Transwolff Operação Fim da Linha A Transwolff — com outra empresa de ônibus, a UPBus — foi alvo da Operação Fim da Linha, deflagrada em abril de 2024 pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), por suspeita de lavagem de dinheiro e favorecimento ao PCC. As investigações apontam que o dinheiro usado para aumentar o capital da Transwolff poderia ter origem ilícita — ou seja, os recursos seriam provenientes de atividades do PCC. O esquema envolveria uso de “laranjas” e “CNPJs fantasmas”, facilidades de empresas de fachada para ocultar as verdadeiras origens dos valores, algo típico de lavagem de dinheiro. Em função dessas suspeitas, a Prefeitura de São Paulo abriu processo para rescindir os contratos da Transwolff e da UPBus em dezembro de 2024. A defesa da Transwolff, porém, nega qualquer vínculo com o crime organizado — afirma não haver “comprovação de qualquer relação com organizações criminosas ou de atividades ilícitas” e diz que vai contestar a decisão na Justiça.