De apresentadora criada por inteligência artificial (IA) a sobremesas que viraram fenômenos, 2025 foi marcado por uma sucessão de surtos coletivos que tomaram conta das redes sociais e dominaram buscas online. Memes como o nonsense do Tralalero Tralala, a febre dos desenhos Bobbie Goods para colorir, o viral Morango do Amor, o verbo debochado “sheipar”, e personagens como Marisa Maiô e Tocanna mostram como a lógica do engajamento transforma qualquer ideia em evento coletivo. Pensando nisso, a equipe do TechTudo reuniu os principais surtos digitais de 2025, explicando como surgiram, por que viralizaram e o que dizem sobre o nosso jeito de consumir conteúdo na internet. Os pedidos mais doidos de 2025 no iFood: veja o que virou febre no delivery Canal do TechTudo no WhatsApp: acompanhe as principais notícias, tutoriais e reviews Morango do Amor, Bobbie Goods e Bebês Reborn estão entre os virais inusitados de 2025; confira Reprodução/Canva/YouTube/Canva Qual seu meme favorito? Compartilhe no Fórum do TechTudo 1. Tralalero Tralala O meme Tralalero Tralala remete a um Tubarão usando tênis na areia da praia Foto: Reprodução/Nilla Poko (Youtube) Luã Souza, estagiário de Jogos do TechTudo, lembrou de um dos maiores surtos coletivos desse ano: o Tralalero Tralala. O meme emblemático virou símbolo do chamado brain rot, termo em inglês usado para descrever o “apodrecimento cerebral”, causado pelo consumo excessivo de conteúdos superficiais nas redes. A imagem mais associada a essa onda é a de um tubarão usando tênis na areia da praia, criada e remixada em vídeos, montagens estáticas e músicas geradas por inteligência artificial. Apesar de soar como italiano, o “tralalero tralala” não tem um significado literal. A proposta é o nonsense: sons que lembram fonemas do idioma, personagens híbridos (animais com objetos, roupas ou veículos) e trilhas absurdas que reforçam o caos. O meme se espalhou junto de outros personagens do chamado italian brainrot, como Bombardiro Crocodilo e Tung Tung Tung Sahur, e virou um dos termos mais buscados do Google no Brasil, com crescimento expressivo nas pesquisas ao longo do ano. 2. Bobbie Goods Bobbie Goods: desenhos para coloris viralizaram nas redes Reprodução/Instagram Bobbie Goods, a febre das imagens para colorir, também foram citadas por Luã. Cadernos, planners, livros e artes digitais para pintar se popularizaram rapidamente e viraram manias entre criadores de conteúdo, fãs de papelaria e crianças. No entanto, o fenômeno vai além do produto em si. A popularidade foi impulsionada principalmente por vídeos de unboxing, conteúdos em ASMR, setups de estudo e pela associação com uma rotina mais produtiva e “equilibrada”, muito difundida nas redes sociais. Além do apelo visual, muitos jovens e adultos passaram a adotar o hábito de colorir como uma forma de reduzir o tempo em frente às telas e aliviar o estresse do dia a dia. O movimento se conecta a uma busca por atividades analógicas, manuais e consideradas relaxantes, em contraste com o consumo constante de conteúdo digital. 3. Morango do Amor Morango do amor Reprodução/Twitter Lembrado por Gisele Barros, coordenadora editorial do TechTudo, o Morango do Amor foi um dos surtos mais improváveis de 2025. A combinação de fruta, chocolate e uma estética inspirada na tradicional Maçã do Amor dominou as redes sociais, aparecendo em vídeos de receitas, desafios culinários e até debates acalorados sobre “o jeito certo” de preparar a sobremesa. Criadores testaram variações, texturas, cores e brilhos que chamavam atenção no feed. Mais do que um doce, o Morango do Amor virou símbolo de afeto, exagero e performance nas redes, o que rendeu milhões de visualizações, engajamento e releituras criativas. A popularidade da sobremesa também abriu espaço para vendas lucrativas, com exemplares sendo comercializados por valores altos, nem sempre proporcionais ao tamanho do morango. 4. Momento de “sheipar” Initial plugin text Lembrado por Cecile Mendonça, editora de Softwares do TechTudo, “sheipar” virou verbo em 2025. A expressão passou a ser usada para nomear aquele momento simbólico em que alguém decide “dar um jeito na vida”: reorganizar a rotina, retomar hábitos saudáveis, focar no corpo, no trabalho, na autoestima. Tudo isso de uma vez só, geralmente após algum gatilho pessoal ou coletivo. A trend se espalhou principalmente em vídeos confessionais e bem-humorados, nos quais usuários relatavam tentativas de mudança misturando motivação, ironia e autocrítica. O tom exagerado, entre o sério e o debochado, ajudou a expressão a se fixar no vocabulário digital. “Sheipar” passou a funcionar tanto como promessa quanto como piada recorrente, fazendo referência à pressão por performance constante ou simplesmente debochando dessa obrigação. 5. Marisa Maiô Initial plugin text Marisa Maiô, personagem criada por IA para satirizar programas de auditório, foi citada por Jefferson Bispo, analista administrativo do TechTudo. A apresentadora sintética rapidamente se tornou um fenômeno nas redes pelo humor ácido, ritmo acelerado e estética televisiva. Vestindo sempre um maiô preto e salto alto, Marisa “comanda” um programa fictício com episódios curtos, com cortes rápidos que simulam quadros, entrevistas e interações com convidados. O cenário, a plateia e os entrevistados também são criações de IA. Os vídeos, gerados por ferramentas como Veo 2 e Veo 3, da Google, são publicados no perfil do criador Raony Phillips e alcançaram milhões de visualizações em poucos dias, com o episódio de estreia ultrapassando 1,5 milhão. A personagem também passou a ganhar “vida própria” fora do canal original, com fãs criando versões alternativas e cenas de bastidores fictícios, como se Marisa fosse uma celebridade comum. 6. Labubu Labubu vira chaveiro/charms para bolsas Reprodução/Edward Berthelot/Getty Images Jefferson também lembrou do boneco Labubu, que virou um fenômeno colecionável em 2025. Com visual excêntrico e estética “estranhamente fofa”, ele passou de item de nicho para obsessão coletiva nas redes. Vídeos de coleção, preços inflacionados e disputas por modelos raros ajudaram a consolidar o surto entre adultos e crianças. O boneco surgiu em 2015, criado pelo artista Kasing Lung para a série de livros ilustrados The Monsters, mas a virada aconteceu mesmo em 2019, quando a chinesa POP MART passou a produzir os monstros em larga escala. A empresa adotou o formato de blind boxes, em que o comprador só descobre qual personagem recebeu ao abrir a embalagem. O item explodiu de vez em 2024 após ser exibido por celebridades e influenciadores, como Lisa, do Blackpink, Madonna e Virgínia Fonseca. No ano seguinte, o fenômeno se espalhou como um surto coletivo nas redes sociais, ao mesmo tempo, em que versões falsificadas passaram a circular aos montes. 7. Tocanna Tocanna: cantora criada por IA é sucesso no Spotify com 'proibidões' Reprodução/Redes sociais A cantora fictícia Tocanna foi um dos exemplos mais comentados do uso de inteligência artificial na música em 2025. Lembrada por Victor Bastos, editor de Jogos do TechTudo, a personagem ganhou projeção nas redes sociais após o sucesso da música “São Paulo”, uma paródia em tom de proibidão inspirada no clássico Empire State of Mind, de Jay-Z e Alicia Keys. O refrão exagerado e a adaptação da letra para o contexto paulistano ajudaram a faixa a viralizar rapidamente no Spotify, no TikTok e no Instagram. Apresentada como uma cantora sertaneja, Tocanna é uma personagem completamente sintética, desde a voz até a identidade visual. Um dos elementos mais curiosos é o design da artista, que inclui um bico inspirado no tucano, referência assumida pelo criador da personagem. 8. Camila Fremder confunde podcast Vênus Camila Fremder foi por engano ao podcast Venus Talks Reprodução/YouTube Isadora Lima, analista de mídias sociais do TechTudo, lembrou do caso em que a criadora de conteúdo Camila Fremder virou assunto nas redes após contar que participou, por engano, de um podcast. A apresentadora do “É Nóia Minha?” acreditava ter sido convidada para o Vênus, programa comandado por Yasmin Yassine e conhecido por conversas leves sobre comportamento e cultura. Só ao chegar ao estúdio, porém, Camila percebeu que estava no Venus Day Talks, podcast com outra proposta e outra apresentadora. Mesmo diante do desconforto e da falta de sintonia, ela decidiu seguir com a gravação. O episódio rapidamente se espalhou pelas redes e foi apelidado de “o meme mais longo da história”, com cortes, comentários e piadas sobre a confusão entre os podcasts. O interesse foi tão grande que buscas por termos como “Camila Fremder”, “Vênus” e “Day Talks” cresceram mais de 1.000%, segundo o Google Trends. 9. Bebê reborn Bebês Reborn estão entre os maiores surtos coletivos de 2025 Reprodução/Canva Citados por Bruna Cristina Ferreira, repórter do TechTudo, os bebês reborn voltaram ao centro das atenções em 2025, reacendendo discussões sobre afeto, saúde mental e limites do consumo. Vídeos mostrando rotinas com os bonecos dividiram opiniões e viralizaram. Entre curiosidade, estranhamento e julgamento, o tema virou um dos assuntos mais comentados do ano, mostrando como a internet amplifica fenômenos que já existiam, mas estavam fora do radar da maioria. O interesse não ficou restrito às redes sociais: dados do Google Trends indicam que as buscas por “bebê reborn” atingiram picos ao longo dos últimos meses, em especial no fim de 2024 e no primeiro semestre de 2025. O assunto ganhou mais visibilidade com a adesão de figuras públicas, como o padre Fábio de Melo, e vídeos extremamente realistas que simulam “partos” de bonecos e encontros entre colecionadores, conteúdos que somaram milhões de visualizações. Mais do TechTudo Veja também: Qual era a coisa mais MODERNA de 2010? (E que hoje ninguém mais usa...) Qual era a coisa mais MODERNA de 2010? (E que hoje ninguém mais usa...)