Joyce recebeu um rim da irmã Giselle em 30 de junho de 2023 Redes sociais A família Angelo sempre foi muito unida, mas uma adversidade reforçou ainda mais os laços de amor e cumplicidade. Uma doação de rim fez com quem uma irmã se tornasse heroína da outra e fortalecesse a ligação entre todos os familiares. O caso é uma das diferentes formas de irmandade que serão mostradas no Rolê nas Gerais que vai ao ar na TV Globo em Minas na tarde deste sábado (13). ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 MG no WhatsApp Josevete Deodato Angelo e Maria de Lourdes Bernardes Angelo tiveram quatro filhas. Entre elas, a enfermeira obstetra Joyce Maíra Bernardes Angelo Ventura, hoje com 43 anos, e a professora Giselle Lilian Bernardes Angelo Jerônimo, de 44. Aos 39 anos, Joyce apresentou uma disfunção renal grave e precisou com urgência de um transplante de rim. Para o alívio da família, havia uma doadora compatível entre eles, era Giselle. "Quando eu descobri que a Joyce passaria um tempo fazendo diálise e que eu tinha que buscar meios para tentar salvar a vida da minha irmã, eu criei um grupo nas redes sociais da família e, durante esse tempo, fiz alguns exames e descobri que eu podia ser a possível doadora da Joyce. Então, isso me alegrou", contou Giselle. Joyce conta que, inicialmente, a família achou que Giselle não poderia ser a doadora, por apresentar problemas de pressão. "Ela passava por uma hipertensão que foi diagnosticada como de fundo emocional. Após exames com cardiologista, foi liberada para o transplante", disse. Depois de um ano e dois meses de espera, enfim surgiu a momento de fazer o transplante: 30 de junho de 2023, no Hospital Felício Rocho, referência nesta área, em Belo Horizonte. Joyce e Giselle durante tratamento para a realização do transplante no hopital Felício Rocho Joyce Angelo/arquivo pessoal Giselle venceu os obstáculos, antes e após o transplante, e se tornou a heroína da própria irmã. "Foi uma prova muito profunda de amor. Nossa família é muito unida, todos se prontificaram, mas apenas Giselle era compatível. Ainda assim, ela abdicou de muitas coisas: meu sobrinho pequeno, a necessidade de voltar ao mercado de trabalho, deixou de responder a oportunidades de emprego por causa do transplante. Isso, com certeza, nos uniu de uma forma especial. Acho que nunca poderei expressar com palavras nem atitudes o que significou e significa para mim", afirmou Joyce. Para ela, a vida após o transplante "é um milagre diário". "Estou muito bem adaptada. A resposta à doação foi a melhor possível, devido à grande compatibilidade. Durante todo o processo de diálise e transplante, fiz meu mestrado. Agora estou cursando o doutorado na minha área, que é a enfermagem. Giselle está bem de saúde, com projeto de retomar a faculdade de pedagogia. Ela é professora formada em magistério. De fato, só posso agradecer a Deus por tudo que Ele nos fez!", concluiu. 'Irmãos de rins' Os "irmãos de rins" Pietro e Ângelo, com suas mães Paola e Regina, após o transplante renal no Hospital de Santa Casa de BH Santa Casa/Divulgação Três vezes por semana, Pietro e Ângelo saíam das suas respectivas cidades, Martinho Campos, na Região Central do estado, e Mário Campos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para fazerem hemodiálise no hospital da Santa Casa, na capital. Pietro Henrique Ferreira Silva foi diagnosticado com síndrome nefrótica grave, quando tinha 1 ano e 7 meses. Ângelo Cristiano Ferreira Felizardo nasceu com uma condição renal rara: nefrite intersticial. Durante o tratamento, Pietro e Ângelo se tornaram amigos e companheiros, dividindo esperas e rotinas. As famílias deles também criaram vínculos, unidas pela luta diária em busca de um transplante renal. Em agosto de 2018, a tão esperada notícia chegou e com um detalhe surpreendente: o mesmo doador beneficiaria as duas vidas, unindo-os como "irmãos de rins". Na época, Pietro tinha 6 anos, e Ângelo, 3. Pietro e Ângelo receberam o órgão de um mesmo doador e se tornaram "irmãos de rins" pela amizade e cumplicidade durante o tratamento Santa Casa/Divulgação Regina Dias Ferreira, mãe de Ângelo, conta que a relação criada entre as famílias, no salão de hemodiálise da Santa Casa, se mantém apesar da distância entre as cidades. "Sempre que um deles sente alguma coisa, uma manda para outra, e o outro sempre sente algo parecido. Isso mostra como a relação é forte e verdadeira. Dizemos com muito orgulho que são irmãos de rins. Fazemos questão de marcar todas as consultas no mesmo dia, para que a gente possa continuar com esse laço", disse Regina. Hoje, Pietro, com 13 anos, e Ângelo, com 11, frequentam a escola, praticam esportes e brincam com os amigos, como qualquer criança e adolescente. "Duas crianças que se encontraram na hemodiálise e se tornaram irmãos de rins, e a amizade que nasceu ali segue viva até hoje, forte como a coragem que as uniu", completa a auxiliar administrativa, Paola Silva Ferreira, mãe de Pietro. Vídeos mais vistos no g1 Minas: