Geladeiras com cadeados e telhados quebrados: Macacos-prego invadem casas em cidade turística de SC e causam prejuízos a moradores

Macacos-prego invadem casas em cidade turística de SC e causam prejuízos a moradores Moradores do bairro Ubatuba, em São Francisco do Sul, no Norte de Santa Catarina, enfrentam há mais de um ano invasões de macacos-prego dentro das casas. Segundo eles, a situação piorou nos últimos meses. Os animais entram em busca de comida, quebram telhados, abrem geladeiras e armários, e destroem tudo o que encontram (assista acima). Além dos prejuízos com telas, cadeados e telhados novos, os moradores relatam que precisam descartar alimentos porque os macacos jogam no chão e chegam a urinar e defecar nos produtos. ✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp Em nota, a Prefeitura de São Francisco do Sul informou que está ciente da situação, recomenda evitar contato com os animais e disse que mantém ações de monitoramento da fauna e flora. O órgão reconheceu que as invasões estão relacionadas à redução do habitat natural na região. O macaco-prego, também chamado de caí ou mico, pesa até quatro quilos e é muito habilidoso. Usa pedras e gravetos para abrir frutos e pegar insetos, além de se adaptar bem a pomares. Apesar de andar sobre quatro patas, pode ficar em pé e saltar até três metros. Cadeados em geladeiras e armários Maristela Kempfer, moradora da região, diz que a situação está insustentável. Ela conta que já precisou colocar cadeados em geladeiras e armários e que muitas vezes a família fica trancada dentro de casa. A moradora ainda conta que procurou ajuda no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), mas foi orientada a buscar a Secretaria de Meio Ambiente do município. Segundo ela, o pedido foi protocolado, mas não houve resposta. “É desesperador. A gente já não sabe mais o que fazer”, afirma. Moradores acumulam prejuízos por conta dos estragos causados pelos macacos-prego Divulgação/ Arquivo Pessoal Outra moradora, Marli Assunção, relata que os macacos perderam o medo das pessoas e que já perdeu uma compra inteira porque os animais jogaram tudo no chão e sujaram os alimentos. “Antes eles fugiam quando viam alguém. Agora, além de não fugirem, começaram a avançar”, diz. Os moradores acreditam que as invasões aumentaram porque áreas próximas foram desmatadas para novos loteamentos, reduzindo árvores frutíferas e deixando os animais sem comida. Alguns inquilinos já deixaram as casas por não conseguirem arcar com os prejuízos. A preocupação agora é com a temporada de verão: os moradores temem que turistas alimentem os macacos e atraiam ainda mais invasões. “A gente fica com dó, os bichinhos têm fome, mas eles acabam com tudo na casa”, comenta Marli. Além do prejuízo material animais deixam sujeira nas casas Divulgação/ Arquivo Pessoal LEIA MAIS: Sapinho-da-montanha-do-lula: espécie de SC do tamanho da ponta de um lápis homenageia presidente VÍDEO: jovem registra fenômeno raro que deixa ondas de praia com brilho fluorescente em Florianópolis: 'Foi mágico' Macaco-prego (Sapajus nigritus) Este é um animal que no Brasil vive na Mata Atlântica Arquivo TG O macaco-prego, também chamado de caí (em Guarani), sahi-hu (em Tupi) e mico, pesa em média até quatro quilos. É muito habilidoso e consegue usar “ferramentas” para conseguir alimento. Ele quebra castanhas e frutos duros em troncos ou pedras e usa gravetos para retirar insetos de pequenos buracos. Além disso, se adapta bem a pomares e até a áreas de monocultura. Embora às vezes fique em posição bípede, é considerado um animal quadrúpede. Excelente escalador, também é capaz de saltar até três metros de distância. Veja a nota da Prefeitura na íntegra “A Prefeitura de São Francisco do Sul, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, informa que está ciente dos registros de presença de macacos-prego no bairro Ubatuba, situação relacionada à redução do habitat natural e à menor oferta de alimento. O município mantém ações de monitoramento de fauna e reforça que a população não deve alimentar, molestar ou tentar domesticar os animais, pois se tratam de espécies silvestres e os maus-tratos configuram crime ambiental. Quando os animais forem encontrados fora do habitat, feridos, doentes ou filhotes sem a presença dos pais, a orientação é acionar o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), responsável pelos atendimentos nestes casos e que poderá encaminhá-los ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), em Florianópolis, para avaliação, reabilitação e, quando possível, soltura. O contato com o IMA pode ser feito pelo WhatsApp (48) 98808-3372, de segunda a sexta-feira, das 13h às 17h, exclusivamente por mensagens de texto". VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias