Quem é José Olímpio, substituto de Eduardo Bolsonaro na Câmara

O missionário José Olímpio (PL-SP) assumiu de forma definitiva uma cadeira na Câmara dos Deputados na última quinta-feira, 18, depois da cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro. Segundo suplente mais votado da coligação do Partido Liberal (PL) em São Paulo, Olímpio passa a ocupar o cargo na legislatura 2023–2027. Natural de Itu, no interior paulista, José Olímpio é bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Itapetininga. Antes de ingressar na vida pública, trabalhou como taxista e comerciante. Em 2022, declarou à Justiça Eleitoral patrimônio de aproximadamente R$ 330 mil. + Leia mais notícias de Política em Oeste Sua carreira política começou no Legislativo municipal. Entre 1982 e 1996, exerceu seis mandatos consecutivos como vereador em Itu pelo MDB/PMDB. Em 1997, foi nomeado subprefeito de Guaianases, na Zona Leste da capital paulista, durante a gestão do então prefeito Celso Pitta, o que marcou sua transição para cargos administrativos em São Paulo. Na sequência, foi eleito vereador na capital por duas legislaturas. Essa trajetória abriu caminho para a disputa de cargos em âmbito federal. Em 2010, José Olímpio foi eleito deputado federal por São Paulo pelo Partido Progressista (PP), com cerca de 160 mil votos. No primeiro mandato, entre 2011 e 2014, atuou como titular da Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação. Naquele ano, foi reeleito com aproximadamente 155 mil votos e permaneceu na Câmara até 2019, período em que integrou comissões como a do Estatuto da Família e a Comissão Especial sobre Liberdade de Opinião e Ensino Religioso. Durante os mandatos federais, apresentou projetos de forte conteúdo religioso. Em 2014, ganhou repercussão uma proposta que buscava proibir “o implante em seres humanos de identificação em forma de chips e outros dispositivos eletrônicos”. Na justificativa, afirmou que a iniciativa pretendia evitar uma “nova ordem satânica”. O projeto não avançou e acabou arquivado. Em outras frentes, também propôs alterações na legislação para incluir datas religiosas no calendário oficial, como a criação do “Dia Nacional de Adoração a Deus”. Sede da igreja Mundial do Poder de Deus, em São Paulo | Foto: Divulgação/Igreja Mundial José Olímpio foi citado em lista da Lava Jato Em março de 2015, teve o nome incluído em lista do Supremo Tribunal Federal relacionada à Operação Lava Jato, depois de pedidos de abertura de inquérito feitos pela Procuradoria-Geral da República. A investigação apurava a suspeita de recebimento de R$ 30 mil da empreiteira Odebrecht para a campanha de 2014, mas o inquérito foi arquivado em 2017, por falta de provas. Depois de deixar a Câmara em 2019, José Olímpio seguiu ativo no cenário político. Em 2020, foi eleito vereador na cidade de São Paulo. Dois anos depois, já filiado ao PL, voltou a concorrer à Câmara dos Deputados e permaneceu na suplência, posição que o manteve na linha de sucessão do partido. Ao longo de toda a trajetória pública, um elemento central foi a ligação com a Igreja Mundial do Poder de Deus , fundada pelo apóstolo Valdemiro Santiago. José Olímpio é identificado como uma das lideranças da instituição, que possui cerca de 6 mil templos no Brasil e no exterior. A relação entre política e religião também se estende ao âmbito familiar. José Olímpio é pai de Rodrigo Moraes, deputado estadual paulista eleito em 2010, igualmente ligado à Igreja Mundial do Poder de Deus. Leia também: “A anistia inevitável” , artigo de Augusto Nunes e Branca Nunes publicado na Edição 255 da Revista Oeste O post Quem é José Olímpio, substituto de Eduardo Bolsonaro na Câmara apareceu primeiro em Revista Oeste .