O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em discurso na cúpula do Mercosul neste sábado em Foz do Iguaçu (PR), que uma intervenção armada na Venezuela seria uma "catástrofe humanitária" para região e um "precedente perigoso para o mundo". O comentário faz referência à pressão feita pelos Estados Unidos ao regime de Nicolás Maduro, sob argumento de combate ao narcotráfico. — Passadas mais de quatro décadas desde a Guerra das Malvinas, o continente sul-americano volta a ser assombrado pela presença militar por uma potência extrarregional. Os limites do direito internacional estão sendo testados. Segundo o presidente, o crime organizado, a guerra, as forças antidemocráticas são verdadeiras ameaças à soberania, e não o avanço da integração. Em um mundo erguer muros parece mais fácil do que construir pontes, esse exemplo merece ser lembrado. Ontem inaugurei a ponte da integração que conecta Foz do Iguaçu ao Presidente Franco, no Paraguai. Hoje, o presidente Santiago Penã, inaugura do lado do Paraguai. — Construir uma américa do sul próspera e pacífica é a única doutrina que nos convém. A quem argumente que avançar na integração é abrir mão da soberania. Mas as verdadeiras ameaças à nossa soberania são de outra natureza. Elas se apresentam hoje são na forma da guerra, das forças antidemocráticas e do crime organizado. Nesse contexto, o bloco vai criar uma comissão para combater o crime organizado transnacional. O anúncio foi feito pelo chanceler brasileiro, Mauro Vieira, na cúpula do bloco, que acontece neste sábado em Foz do Iguaçu (PR). A comissão vai reunir representantes de vários órgãos ligados à segurança dos países membros. — Estamos convencidos que daremos um salto qualitativo em nossa segurança pública, que se fará sentido no dia a dia dos nossos cidadãos — disse Vieira, na cúpula. O grupo será formado por representantes dos ministérios da Justiça e Segurança Público, do Interior, por membros do Ministério Público, policiais, além de especialistas em lavagem de dinheiro e recuperação de ativos.