UE sinaliza a Lula assinatura de acordo com Mercosul no início de janeiro

Os presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Conselho Europeu, António Costa, enviaram uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmando o compromisso da União Europeia com a assinatura do Acordo de Parceria e do Acordo Provisório de Comércio entre a UE e o Mercosul no início de janeiro de 2026. No documento, datado de 19 de dezembro, os dirigentes europeus informam que a assinatura, inicialmente prevista para o dia 20, não poderá ocorrer nesta data devido à conclusão ainda em curso de procedimentos internos no Conselho da União Europeia. Segundo eles, essas etapas estão sendo finalizadas "sem demora" não alteram o compromisso político com o avanço do acordo.  "Gostaríamos de transmitir nosso firme compromisso em proceder com a assinatura do Acordo de Parceria e do Acordo Provisório de Comércio no início de janeiro, em um momento a ser acordado entre ambas as partes", afirmam Von der Leyen e Costa na carta enviada ao Palácio do Planalto.  Os presidentes destacam ainda o papel pessoal de Lula na condução das negociações e atribuem ao engajamento do presidente brasileiro a manutenção do "impulso e da confiança" em um momento considerado decisivo para a relação entre a União Europeia e o Mercosul. Para eles, os acordos representam a base central para o fortalecimento dos laços políticos, econômicos e estratégicos entre os dois blocos. A sinalização da cúpula europeia ocorre em meio a expectativas que tinha o governo brasileiro de concluir o acordo ainda sob a atual presidência do Mercosul e após anos de negociações marcadas por resistências internas em países europeus, sobretudo por questões ambientais. Neste sábado, durante discurso na cúpula do Mercosul, Lula lamentou a indefinição da União Europeia sobre o acordo comercial entre os dois blocos e destacou que o grupo sul-americano seguirá buscando outros parceiros. — Tínhamos em nossas mãos possibilidade de transmitir ao mundo mensagem importante em defesa do multilateralismo e de fortalecer nossa posição estratégia em cenário global cada vez mais competitivo. Infelizmente, Europa não se definiu — afirmou. — Sem vontade política e coragem dos dirigentes não será possível concluir uma negociação que já se arrasta por 26 anos. Enquanto isso, o Mercosul seguirá trabalhando com outros parceiros. O presidente reconheceu a expectativa de assinar o acordo com a UE na cúpula deste sábado, mas destacou que os líderes europeus pediram mais tempo para discutir medidas agrícolas. A nova previsão é de selar o acordo em janeiro.