Previdências investiram no Master antes do banco atender critérios legais

Entre as 18 entidades de previdência de Estados e municípios que investiram no Banco Master, há casos de aplicações feitas antes de a instituição cumprir requisitos do Conselho Monetário Nacional (CMN) e do Ministério da Previdência. As informações são do jornal O Globo . Pelas regras do ministério, recursos do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) só podem ser aplicados em instituições que tenham comitê de auditoria e comitê de riscos. O Master aprovou a criação desses colegiados em 28 de dezembro de 2023, mas o comitê só passou a operar em abril de 2024. Em balanço anual, o banco informou que foi somente naquele ano que instituiu o Comitê de Auditoria e um conselho consultivo. + Leia mais notícias de Economia em Oeste Também em abril de 2024 o Master passou a integrar a lista exaustiva do Ministério da Previdência, que reúne as instituições aptas a receber investimentos conforme as normas do CMN. Previdências ignoraram regras pra investir no Master Atas de institutos de previdência de municípios de São Paulo e de Goiás analisadas pelo jornal indicam que houve a aplicação de recursos previdenciários antes desse enquadramento. O Instituto de Previdência Social dos Servidores de Cajamar, na Região Metropolitana de São Paulo, iniciou investimentos no banco no fim de 2023. Em outubro, aprovou a compra de até R$ 35 milhões em Letras Financeiras. Já em dezembro, autorizou novo aporte de até R$ 25 milhões, com recursos resgatados de um fundo da Caixa. Em fevereiro de 2024, o Instituto de Previdência Municipal de Araras (SP) aprovou a aplicação de R$ 10 milhões em papéis do banco. https://youtu.be/f454KMUDuNY?si=kt-pSWjzoxIGXAa3 Em março, Cajamar realizou novo aporte de R$ 27 milhões. No mesmo mês, Santa Rita D’Oeste fez a primeira aplicação, de R$ 1 milhão, com vencimento em 2034. Em 27 de março, a São Roque Prev trocou investimentos no BTG Pactual por papéis do Master e alocou R$ 35,2 milhões em um mês. Aplicação sem aval do conselho Em Aparecida de Goiânia (GO), as discussões começaram em agosto de 2023. No mês seguinte, um representante do banco participou de reunião do Conselho Municipal de Previdência. Em fevereiro de 2024, o colegiado analisou propostas de investimento. Leia também: "Estados e municípios aplicaram até 20% da previdência em títulos do Banco Master" Entre as preocupações estavam o fato de a alteração beneficiar apenas um banco e o Master “não estar na lista exaustiva do Ministério da Previdência”, segundo ata. Apesar disso, o AparecidaPrev investiu posteriormente R$ 40 milhões no banco, sem aval do conselho. Delson Vieira dos Santos, presidente do colegiado, disse ao O Globo que houve pressão do então secretário da Fazenda para o investimento. "Começou essa tentativa em 2023 e ela foi se intensificando cada vez mais, havia um esforço hercúleo do secretário da Fazenda para que a gente fizesse essa transação", disse. Ele veio com a ideia de investir no Master porque o rendimento era significativo e ficava melhor para a gente bater a meta atuarial. (...) O investimento foi feito à revelia do consentimento do conselho, mesmo assim o presidente à época, Robes Venâncio, efetuou a transação." Leia mais: "O castelo de areia chamado Banco Master" , na Edição 297 da Revista Oeste O post Previdências investiram no Master antes do banco atender critérios legais apareceu primeiro em Revista Oeste .