MP processa Claudia Leitte por suposta intolerância religiosa depois de tirar termos do candomblé de músicas

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) e o Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro) ingressaram com ação civil coletiva contra a cantora Claudia Leitte por suposta prática de intolerância religiosa. O processo tramita na 7ª Vara da Fazenda Pública de Salvador . A ação aponta a alteração de letras de músicas consagradas do axé, com a substituição de referências a orixás por termos cristãos. Entre os pedidos estão indenização por danos morais de R$ 2 milhões e retratação pública. + Leia mais notícias de Cultura em Oeste Segundo a ação, a artista voltou a modificar uma canção tradicional. A artista substituiu o nome do orixá Ogum pela palavra “Yeshua”, mesmo depois do ajuizamento do processo. Claudia Leitte novamente reafirma Racismo Religioso. Apesar de toda a polêmica, a cantora insiste em trocar a letra de uma música que não é dela. Em vez de cantar “Ogum”, ela substitui por “Yeshua”. pic.twitter.com/DqH2VEzl97 — VERDADEIRO AXE MUSIC (@RafaDoAxe90) December 7, 2025 Para o MP-BA e o Idafro, a conduta configura “desrespeito às religiões de matriz africana e reforça um padrão reiterado de esvaziamento simbólico de elementos centrais da cultura afro-brasileira”. Controvérsia com Claudia Leitte O processo retoma a polêmica de 2024, quando Claudia Leitte trocou o verso "saudando a rainha Iemanjá" por "eu canto meu rei Yeshua" na música "Caranguejo". https://twitter.com/milkwaycl/status/1873241701156044943?s=20 A autoria da ação é de Lívia Maria Santana e Sant’Anna Vaz, da Promotoria de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa, e de Alan Cedraz Carneiro Santiago, coordenador do Nudephac. Leia também: "MP-BA aciona Justiça contra Claudia Leitte por alteração em música" O MP-BA e o Idafro pedem que a cantora seja obrigada a se abster de atos de "discriminação religiosa". A proibição se estende a apresentações, entrevistas, produções artísticas e redes sociais. Também solicitam a proibição de novas alterações em músicas que integrem o patrimônio cultural afro-brasileiro. O processo requer tutela antecipada, sob alegação de reincidência, mesmo depois da judicialização do caso. O Idafro argumenta que as mudanças não se enquadram como liberdade artística ou religiosa. Isso porque, segundo o órgão, envolvem músicas associadas à "memória coletiva", à "identidade cultural baiana" e à "história do axé". O post MP processa Claudia Leitte por suposta intolerância religiosa depois de tirar termos do candomblé de músicas apareceu primeiro em Revista Oeste .