Solidariedade que atravessa gerações: ação natalina distribui 2 mil cestas e homenageia legado de Preta Gil

A 20ª edição da ação Por Um Natal Melhor, realizada neste sábado, levou alimentos a famílias em situação de vulnerabilidade no Complexo do Alemão, no Complexo da Penha e no Vidigal, na Zona Norte e Zona Sul do Rio. Ao todo, 2 mil cestas básicas e panetones foram distribuídos por 150 voluntários, divididos em 15 equipes que percorreram os morros para garantir a chegada da ajuda antes do Natal. Neste ano, a mobilização ganhou um significado especial com a homenagem à cantora Preta Gil, madrinha histórica do projeto, que morreu em 20 de julho. Por pelo menos 15 dos 20 anos de atuação do Voz das Comunidades nos territórios, a artista esteve ligada à iniciativa, contribuindo de forma contínua para ações de combate à fome nas favelas. Desde dezembro de 2010, Preta Gil destinava 50% do valor arrecadado no Bazar da Preta para projetos sociais. Ao longo desse período, mais de 10 mil cestas de alimentos foram doadas. O reconhecimento veio estampado nas mangas das camisas usadas pelos voluntários nesta edição, com uma arte criada pela ilustradora Rafa Mon, em tributo à cantora. A ação ocorre em um momento em que o Brasil voltou a sair do Mapa da Fome da ONU, com menos de 2,5% da população em situação de subalimentação. O resultado reflete a retomada de políticas públicas de segurança alimentar, proteção social e geração de renda. Ainda assim, organizações sociais alertam que a manutenção de redes solidárias segue essencial para evitar retrocessos e garantir que os avanços cheguem a quem mais precisa. Além das doações do público, o Por Um Natal Melhor conta com o apoio de padrinhos e madrinhas que adotam favelas e contribuem para a melhoria das condições de vida nos territórios. Entre eles estão Flávia Oliveira, Luciano Huck, Eliana, Patrícia Pillar, Paolla Oliveira, Heloísa Périssé, Fábio Porchat, Ingrid Guimarães e Lázaro Ramos. No setor privado, apoiam a iniciativa empresas como o Grupo Ancar, a rede Atacadão e o iFood. Fundador do Voz das Comunidades e idealizador do projeto, René Silva destaca que a distribuição de alimentos é uma resposta emergencial, mas não o objetivo final da ONG. — Já são 20 anos dessa ação realizada pelo Voz das Comunidades, mas eu quero chegar ao momento em que a gente não vai mais precisar dar comida para as pessoas, porque elas terão melhores condições e não vão precisar se preocupar com o que irão comer no dia seguinte — afirma.