Entre o campo e o caixa, Vasco terá 2026 decisivo; veja desafios

Entre o futebol e as finanças, o Vasco viverá um 2026 decisivo. Apesar de uma noite que parecia ter tudo para ser histórica, com uma festa enorme feita pela torcida no Maracanã, o amargo vice-campeonato da Copa do Brasil encerrou uma chance de título que era inesperada até poucos meses atrás. Dos cacos que devem ser recolhidos daqui até janeiro, no entanto, um deles é positivo: a base do elenco montada até aqui, mesmo que algumas das principais peças tenham chegado apenas na segunda janela de transferências. O grupo vascaíno ainda está longe de ser um dos elencos mais competitivos do futebol brasileiro, mas uma nova ida ao mercado eficiente, como a capitaneada pelo diretor executivo Admar Lopes — até então um recém-chegado —, pode colocar o clube perto dessa prateleira. Entre os reforços mais importantes da temporada, a dupla de zaga Cuesta e Robert Renan e o atacante Andrés Gómez têm contratos de empréstimo que variam entre o fim de 2025 e a metade de 2026. Nos próximos anos, o clube terá que desembolsar cerca de 18 milhões de euros (116 milhões de reais), ainda que parcelados, para ficar com o trio em definitivo. A temporada de 2026, além da disputa da Sul-Americana, terá a particularidade do início mais cedo do Brasileirão, que começa no dia 28 de janeiro. Ou seja, é preciso ser ágil para reforçar o elenco. Os sustos que o clube levou em 2023 e 2025, em brigas contra o rebaixamento, não podem se repetir. O técnico Fernando Diniz explicou que já há conversas sobre o planejamento da próxima temporada, mas ainda é preciso avançar no assunto. — Conversamos e não aprofundamos o tema [...] O maior ganho do time é a manutenção da base. Depois veremos pontualmente. Vocês sabem que o Vasco tem dificuldade financeira. Vamos tentar fazer alguma coisa como na segunda janela, em que fomos bastante assertivos. As dificuldades financeiras passam diretamente por situações envolvendo os bastidores do clube. O Vasco está na reta final da consolidação de seu plano de recuperação judicial, e precisará organizar ainda mais suas receitas para cumprir os pagamentos aos credores. Em outubro, o clube celebrou um empréstimo de R$ 80 milhões destinado justamente ao processo. Venda de Rayan O vice-campeonato na Copa do Brasil rendeu premiação de R$ 33 milhões, parte dos R$ 57 milhões da arrecadação total na competição. O ano também pode ter a venda de Rayan, que teve sua multa contratual aumentada para 80 milhões de euros em sua renovação contratual. A recuperação judicial é importante também no aspecto da revenda da SAF, assunto que acabou ficando de lado nos últimos meses. A diretoria de Pedrinho segue garantindo que tem interesse em encontrar um novo investidor do futebol. O ano de 2026 é de eleição no clube, e Pedrinho ainda não anunciou se concorrerá à reeleição, o que é altamente provável no momento. Por fim, São Januário é outra pauta do ano que vem. A reforma segue sem data para acontecer, enquanto o Vasco aguarda acordos com construtoras interessadas no potencial construtivo. Há um alinhamento para atuar no Nilton Santos, mas, por enquanto, a Colina deve seguir aberta.