No primeiro dia do verão, Copacabana já começou a viver o clima da virada. Entre banhistas, turistas e curiosos, o som metálico das ferramentas e o vaivém de trabalhadores anunciam que a cidade entra na reta final de preparação para o réveillon 2026, que terá como tema “A maior virada do mundo”. À beira-mar, em frente ao Copacabana Palace, a montagem do Palco Rio transforma a paisagem e antecipa a dimensão do espetáculo que promete ser o maior já realizado. Além disso, a tradicional passarela utilizada pelos artistas até o palco já foi erguida. Da Brasil a Botafogo: Perseguição da PM deixa um morto e cinco presos após ação que atravessou a cidade Angra quer cobrar taxa de quem visita balneários da cidade, como a badalada Ilha Grande; setor turístico critica a medida A estrutura tem 25 metros de altura e ocupará uma área de 1.700 metros quadrados, sustentada por 50 mil metros de ferro tubular. Somente no Palco Rio, serão utilizadas 230 toneladas de ferro. Ao todo, 114 contêineres dão suporte logístico à operação em Copacabana. A parte tecnológica é um dos destaques desta edição. O palco contará com 700 metros quadrados de painéis de LED, 2 mil refletores — sendo 1.200 apenas em Copacabana — e 500 caixas de som, distribuídas entre torres e palcos, incluindo torres de delay no Palco Rio para melhorar a experiência sonora do público. A estrutura de iluminação e laser terá oito pares de torres, além de uma surpresa preparada especialmente para o show de lasers. Para garantir o funcionamento de tudo isso, serão usados 32 geradores, capacidade equivalente ao consumo de uma cidade com 300 casas. Enquanto a montagem avança, quem passa pela praia aproveita para registrar o momento. Desde cedo, o barulho dos cabos sendo conectados e das peças metálicas ganhando forma atraía olhares atentos e rendia fotos que já entram para o álbum da virada. É ali que, em poucos dias, desfilarão artistas consagrados e apresentações inéditas para o público. Três palcos A programação em Copacabana será concentrada em três palcos. No Palco Rio, as atrações se apresentarão em duplas: Gilberto Gil, com participação especial de Ney Matogrosso; Alcione e Belo; o estreante da noite, o nordestino João Gomes receberá Iza; e Alok, que comandará a festa após abertura da DJ Cady com um espetáculo inédito de 1.200 drones, criando um balé luminoso que simboliza a chegada do futuro. O encerramento ficará por conta da Beija-Flor. Crime: Homem é morto a tiros em praça de Bento Ribeiro, na Zona Norte do Rio No Palco Amstel Samba, na altura da Rua República do Peru, estão previstos shows de Roberta Sá, Mart’nália, Diogo Nogueira e Feyjão com o Bloco da Preta, com abertura da DJ Tamy e encerramento da Grande Rio. Já no Leme, um terceiro palco será dedicado à música gospel, com apresentações de Midian Lima, Samuel Messias, Thalles Roberto e Grupo Marcados, além do DJ Marcelo Araújo. Outro destaque do réveillon 2026 será o espetáculo pirotécnico. Quase dobrou o número de balsas: serão 19 estruturas flutuantes, contra dez no ano passado, que começarão a ser levadas para a orla no dia 31. A proposta é criar o maior show de fogos já visto no Rio, com trilha sonora exclusiva, novos desenhos no céu e integração com o show de drones. Segundo o presidente da Riotur, Bernardo Fellows, a virada simboliza um novo momento para o Rio. — O réveillon do Rio é uma das maiores celebrações do mundo. Estamos preparados para receber mais de cinco milhões de pessoas, como no ano passado, celebrando com alegria e segurança a chegada de 2026 — afirmou. A produção é da SRCOM, que assina a virada pelo 18º ano consecutivo. De acordo com Abel Gomes, vice-presidente de criação da empresa, o show de drones será um marco visual. — Teremos um balé luminoso grandioso, com 1.200 drones, em um espetáculo inédito em homenagem ao Rio — disse. A edição de 2026 também aposta no conceito de virada ESG, com gestão de resíduos, compensação de carbono, ações de educação ambiental, inclusão e acessibilidade, como Libras, espaços e banheiros adaptados para PCDs e cenografia de menor impacto ambiental. A expectativa, segundo a Prefeitura do Rio, é de mais de 5 milhões de pessoas nos eventos da virada, sendo cerca de 2,5 milhões em Copacabana. Hotéis em festa O setor de hotelaria no Rio de Janeiro também já celebra os números da ocupação para o réveillon. De acordo com dados do sindicato HotéisRio, a média de reservas na cidade alcança 75%, mas o cenário é de lotação quase máxima nos endereços mais cobiçados. Na Zona Sul, a taxa média é de 87%, subindo para 90% nos hotéis de luxo na orla. O presidente do HotéisRio, Alfredo Lopes, destaca que o perfil do público deste ano é o grande diferencial para a economia local, celebrando a marca de mais de 2 milhões de visitantes estrangeiros registrados até novembro: — Nós já estamos com 75% dos leitos ocupados em toda a cidade. Na orla da Zona Sul, já passou de 90% nos hotéis de luxo e 87% na Zona Sul. Esse réveillon vai ser um divisor de águas principalmente com o turista estrangeiro. São turistas que geralmente ficam mais tempo e gastam mais no Rio.